Na semana de comemoração dos 34 anos da anistia e do segundo aniversário da instalação do comitê estadual pela “Memória, Verdade e Justiça” de Pernambuco, o Cinema Pela Verdade volta à Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) com o filme “Eu me lembro”, de Luiz Fernando Lobo. O documentário acompanhou a luta dos perseguidos e seus familiares por reparação da injustiça sofrida na época da ditadura, com as Caravanas da Anistia.
Após a exibição do longa, o sociólogo Edival Cajá, membro do comitê, relatou as experiências vividas por ele na década de 1970 e 1980. “Tudo aquilo que era feito contra a ditadura e a exploração, eles acusavam que nós é que éramos os criminosos. No lugar onde eu fui torturado tinha um crucifixo bastante grande, e os torturadores diziam que aquele símbolo representava o que eles estavam defendendo: a família, a pátria, Deus e Jesus”, ressaltou.
Cajá afirma que não é justo considerar apenas que o estado cometeu um erro, mas um crime à humanidade. “Atrasaram a história, principalmente econômica, do país com esse golpe em pelo menos 50 anos”, concluiu.
Fonte: Unicap