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PREFERÊNCIAS APOSTÓLICAS UNIVERSAIS DA COMPANHIA DE JESUS

Preferencias apostólicas

As Preferências Apostólicas Universais são o horizonte do corpo apostólico e o ponto de orientação à Companhia de Jesus em sua missão. O Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa, SJ, afirma que as quatro Preferências Apostólicas Universais “são uma mensagem de colaboração e uma nova maneira de entender a presença da Companhia; não procurando colaboradores, mas sendo colaboradores”.

O processo de discernimento para se chegar às quatro Preferências Apostólicas Universais levou 16 meses e incluiu os diversos níveis da Companhia. Ao serem apresentadas ao Papa Francisco, para a sua aprovação, Francisco destacou que elas “estão em sintonia com as atuais prioridades da Igreja expressadas através do magistério ordinário do Papa, dos Sínodos e das Conferências Episcopais, sobretudo a partir da Evangelii gaudium”.

 

Assista ao vídeo oficial sobre as Preferências Apostólicas Universais, que são o horizonte do Corpo Apostólico da Companhia de Jesus durante o período de 2019 e 2029:

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Conheça as quatro Preferências Apostólicas Universais da Companhia de Jesus:

1. Mostrar o caminho para Deus mediante os Exercícios Espirituais e o discernimento

A primeira Preferência Apostólica Universal é um compromisso da Companhia de Jesus com o compartilhamento da experiência fundante e fundamental do discernimento e dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (EE.EE.). Tudo isso a partir de “uma fé viva, encarnada e consistente, alimentada pela familiaridade com Deus, fruto de uma vida de oração”, como coloca o Pe. Arturo Sosa, SJ, em sua carta de apresentação. 

Sendo assim, esta Preferência é um convite aos jesuítas para viver mais profundamente os EE.EE., utilizando o discernimento cotidianamente, nas suas decisões de vida, em suas obras apostólicas e na comunidade eclesial.

O Padre Geral também ressalta a importância de promover o discernimento como um hábito para todos aqueles que escolhem seguir a Cristo e de oferecer os EE.EE. em todas as modalidades possíveis, sobretudo aos jovens.

Por fim, os jesuítas se comprometem “a fazer uso habitual da conversação espiritual e do discernimento durante a implementação das Preferências em todos os níveis da vida-missão da Companhia”.

2. Caminhar com os pobres, os descartados pelo mundo, os vulnerados em sua dignidade, numa missão de reconciliação e justiça

Para falar desta Preferência Apostólica Universal, o Pe. Arturo Sosa, SJ, define os jesuítas como “companheiros em uma missão de reconciliação e justiça”. Dessa forma, a Companhia de Jesus de propõe a caminhar com as pessoas e comunidades vulneráveis, excluídas, marginalizadas, vítimas de abusos de poder, enfim, “com todos aqueles que a tradição bíblica conhece como os pobres da terra, a cujo grito responde o Senhor com sua encarnação libertadora”. 

Dessa forma, somos convidados a caminhar ao lado dos pobres, assim como Jesus, e a promover junto a eles a justiça social e a mudança das estruturas econômicas, políticas e sociais geradoras de injustiça, como dimensão necessária para a reconciliação dos seres humanos, dos povos e suas culturas entre si, com a natureza e com Deus.

Nesta Preferência está ainda o comprometimento com os migrantes, deslocados, refugiados, vítimas de guerras e do tráfico de pessoas, com a defesa da cultura e com a existência digna dos povos nativos.

Em sua carta de apresentação das Preferências Apostólicas Universais, o Padre Geral ressalta também a importância de fortalecer a democracia política, ao promover organizações sociais comprometidas com a busca do Bem Comum; apoiar um processo de mundialização/globalização no qual seja reconhecida a multiculturalidade como riqueza humana; e contribuir para a eliminação de abusos dentro e fora da Igreja, procurando ouvir e dar a apropriada atenção às vítimas, com o objetivo de fazer justiça e reparar os danos causados.

3. Acompanhar os jovens na criação de um futuro cheio de esperança

O Sínodo da Juventude de 2018 reconhece a situação dos jovens, que enfrentam enormes desafios no contexto atual. Assim como a Igreja, a Companhia quer se colocar para perceber e discernir a passagem do Espírito Santo por este momento da história. Nesse sentido os jesuítas se propõem, antes de tudo, a deixar-se guiar pelos jovens, com a certeza de que eles podem ajudar a compreender os novos tempos e a iluminar o caminho para a justiça, a reconciliação e a paz.

A terceira Preferência Apostólica Universal, portanto, convida os jesuítas a criar e manter espaços abertos aos jovens na sociedade e na Igreja e a seguir com eles em uma caminhada rumo a um mundo melhor. 
Como ressalta o Pe. Arturo Sosa, SJ, na carta de apresentação das Preferências, acompanhar os jovens exige coerência de vida, profundidade espiritual e abertura à partilha da vida-missão na qual os jesuítas encontram sentido. Dessa forma, ao se empenhar nessa empreitada, a Companhia de Jesus sabe que pode aprender com os jovens a encontrar Deus em todas as coisas e a contribuir, dentro do possível, com seus ministérios e apostolados.

4. Colaborar com o cuidado da Casa Comum

Na encíclica Laudato Si’, o Papa Francisco nos lembra da responsabilidade compartilhada por todos os seres humanos de cuidar da Criação. É disso que trata a quarta Preferência Apostólica Universal, que convida a todos e todas a preservar a terra, seus recursos naturais e zelar por todos que nela vivem, em um cuidado constante com a nossa Casa Comum.  

Em sua carta de apresentação, o Pe. Arturo Sosa, SJ, ressalta a importância do cuidado com aquelas áreas da Terra que são as mais decisivas para manter o equilíbrio da natureza em função da vida, como a Amazônia, as bacias hidrográficas do Congo, da Índia e Indonésia, assim como as grandes extensões marinhas. Ouvir o grito da mãe-natureza é também clamar pelos mais vulneráveis, povos nativos e camponeses que são obrigados a se deslocar devido à degradação ambiental.

À luz da quarta Preferência Apostólica Universal, a Companhia de Jesus se propõe então a colaborar com os outros na construção de modelos alternativos de vida, fundados no respeito à Criação e no desenvolvimento sustentável, além de participar nos esforços para a pesquisa e análise profundas que apoiem a reflexão e o discernimento necessários para tomar as decisões certas e capazes de sanar as feridas já infringidas ao equilíbrio ecológico.

Também faz parte dessa missão o esforço para evitar novos danos e iniciar a mudança para um novo modelo de vida necessário para que todos possam aproveitar os bens da criação.