2º Festival de História de Diamantina tem debate sobre Missões Jesuíticas

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As Missões Jesuítas Revisitada foi o tema da palestra de especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), na sexta-feira, dia 20 de setembro, no 2° Festival de História de Diamantina (MG). O historiador doutor Jaelson Bitran Trindade, do IPHAN-SP falou sobre o projeto universal jesuíta.
 
A criação, expansão e decadência da ordem religiosa Companhia de Jesus, que atuou durante três séculos em diferentes partes do continente ibero-americano, tinha como principal símbolo a águia bicéfala, encontrada, como demonstrou o historiador, no topo da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Diamantina. No sábado, dia 21, Jaelson falou também sobre Sinais de Messianismo nas artes: Jesuítas, rebeliões e inconfidências em Minas Gerais.
 
Na mesma linha, a mestre e coordenadora inventários culturais e ações decorrentes do IPHAN-RS, Beatriz Miniz Freire, falou sobre os valores que o grupo dos indígenas Mbyá Guaraní deram aos remanescentes jesuítas. O trabalho do Instituto junto à comunidade de São Miguel Arcanjo, no Rio Grande do Sul, possibilita novos rumos para a política de preservação do bem com base no olhar indígena.
 
Missões Jesuítico-Guaranis no Brasil
Em 1937, com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes dos Sete Povos das Missões e propor providências. Como resultado dessa visita, em 1938, esses remanescentes foram tombados como Patrimônio Nacional. Dois anos depois, foi criado o Museu das Missões, destinado ao recolhimento e à guarda da estatuária da Igreja de São Miguel.
 
Em 09 de dezembro de 1983, junto com as Missões localizadas em território argentino de San Ignacio Mini, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto e Santa María La Mayor, São Miguel das Missões foi declarada patrimônio cultural mundial pela UNESCO. As Missões Jesuítico-Guarani, como um sistema de bens culturais transfronteiriços, envolvendo o Brasil e a Argentina, compõem-se de um conjunto de cinco remanescentes dos povoados implantados em território originalmente ocupado por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da coroa espanhola na América, durante os séculos XVII e XVIII.
 
Representam importante testemunho da ocupação sistematizada do território, e das relações culturais que se estabeleceram entre os povos nativos, na maioria do grupo étnico Guarani, e missionários jesuítas europeus.
 
Fonte: IPHAN

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