O padre Manuel Eduardo Iglesias acaba de publicar, pelas Edições Loyola, seu mais novo livro Contemplações Inacianas: para aproximar-se de Jesus. A obra reúne 38 textos, que tratam da vida pública de Jesus, de sua Paixão e Ressurreição a partir de contemplações inacianas – que são um tipo de ‘leitura orante’ do Evangelho em que a imaginação e o afeto têm papel preponderante.
Para padre Iglesias, o essencial do Cristianismo é a experiência do amor de Deus revelado por Jesus. “Santo Inácio viveu esta experiência fundamental e se esforçou para que outras pessoas conseguissem fazer a sua própria experiência. Experimentando que só podemos amar a Deus quando nos sentimos amados por ele, por isso, nos ofereceu os Exercícios Espirituais (EE) como um método a serviço desta experiência”, afirma.
A convivência do jesuíta com jovens e adultos, que vivenciaram os EE, foi sua inspiração para escrever o livro. Segundo ele, após uma breve explicação e prática desse modo de orar, as pessoas manifestavam o quanto os EE lhes ajudavam. “Elas diziam que nunca tinham pensado que se podia rezar assim. A partir daí, ocorreu-me a ideia de entregar, nos dias de retiro, algumas contemplações que eu, às vezes, redijo para meu uso pessoal. Verifiquei que ajudam bastante e, em vista disso, pensei que poderia publicar um livrinho com o objetivo de divulgar esse modo de rezar. Algumas das contemplações reunidas são da minha autoria e outras de uma amiga leiga, que autorizou sua publicação com a condição de que não constasse seu nome”, explica.
“Inácio pede a graça, nas contemplações da vida de Jesus, de um conhecimento interno de Cristo para, assim, poder amá-lo e segui-lo”.
Padre Manuel Eduardo Iglesias
Padre Iglesias já escreveu 11 livros na linha da espiritualidade de Santo Inácio de Loyola. Ele explica que as chamadas contemplações inacianas são o modo de oração predileto de Inácio e ocupam mais do 80% dos exercícios de oração do seu livro. “Inácio pede a graça, nas contemplações da vida de Jesus, de um conhecimento interno de Cristo para, assim, poder amá-lo e segui-lo. Quem contempla, entra e participa da cena evangélica, vendo, ouvindo e observando a pessoa de Jesus e as pessoas que o rodeiam. Inácio vai mostrando, a quem contempla, a importância de discernir os movimentos interiores que experimenta, assim como a refletir como a vida de Jesus pode inspirar o concreto da sua própria vida”, conclui.