Foi um instante…
Passou como nuvem errante
Fazendo sombra
No ensolarado dia.
Aquela constante presença
Nos passos da vida
Trazendo alento
Na carcomida memória
Perdida no tempo.
Foi apenas um instante,
Faísca de doces lembranças,
O vulto no espelho
Do eu que me habita.
Onde foi aquele que fui,
Esquecido de ser?!
Uma presença de não sei,
Embaraçada no tempo
De antigas memórias,
Como musgo aderido
Nas pedras do caminho,
Fazendo-se escorregadio.
Voltar ao início,
Refazer caminhos,
Recolher o que se perdeu
Nos vãos das pedras,
Limpar e polir
As velhas lembranças,
Revelando a presença
Daquele que é e sempre foi
Mas que se perdeu
Na ironia do esquecimento meu
Ressuscitar exalando vida
Reviver o que se quer viver
Sonhar a eterna presença
De ser.
Autor: Pe. José Fernandes, SJ