O projeto da estudante recém-formada no Colégio dos Jesuítas Mirella Diniz Wunderlich, 17 anos, realizado junto a outros quatro estudantes do Brasil, foi campeão na Olimpíada do Futuro – Sapientia. O grupo apresentou a proposta do aplicativo Sorria!, destinado ao tratamento de pessoas com paralisia facial, de forma democrática e acessível. Em dezembro, Mirella foi até Brasília para receber a medalha de ouro das mãos do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, em evento da 18º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Na ocasião, os ganhadores de Olimpíadas Científicas receberam medalhas e certificados.
Convidada a falar sobre a iniciativa, Mirella relembrou que a ideia de criar o aplicativo nasceu a partir de uma história pessoal: a mãe e o pai da jovem tiveram episódios de paralisia facial, após passarem por cirurgias para a retirada de glândulas salivares, em 2012 e 2017, respectivamente. Na Olimpíada, a estudante teve a oportunidade de colocar em prática a vontade de criar um projeto de impacto social direcionado a ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema que seus pais tiveram.
“Hoje em dia não existe uma solução viável, de baixo custo, de fácil acesso. É um tratamento muito difícil, é muito complicado. Então esse nosso projeto dentro da Sapientia, surge com essa vontade de trazer um impacto social, aliado a experiências pessoais que tivemos”, conta.
A estudante espera que o bom resultado alcançado por ela e sua equipe possa servir de inspiração para outros jovens se engajarem e criarem novos projetos que resultem em benefícios para a sociedade. Por fim, Mirella ressaltou que “é uma honra enorme, tanto como brasileira, quanto como menina, mulher, estar aqui representando esse conceito e esse valor, tanto para minha escola, quanto para o meu estado e o meu país.”
Confira a cerimônia na 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia:
Inteligência artificial e parcerias para aumentar o alcance
Pela proposta do app Sorria!, o paciente poderá fazer exercícios direcionados a cada estágio e tipo de paralisia, por meio do acompanhamento de vídeos instrutivos com profissionais especializados, como fisioterapeutas faciais. O algoritmo de inteligência artificial será responsável por corrigir os movimentos feitos pelos usuários, por meio da tecnologia de reconhecimento facial. Cada paciente terá um cronograma personalizado. O aplicativo terá também um sistema de recompensa para estimular a continuidade e a frequência diária de exercícios.
Segundo Mirella, um dos pilares do projeto é o acesso democrático ao aplicativo. “A gente tem como meta o acesso a baixo custo, dessa forma, todo o acesso primário ao aplicativo será gratuito. Como forma de monetização, contamos, principalmente, com propagandas e compras dentro do app. Então o usuário poderá ter, por exemplo, um upgrade dentro do aplicativo, de acordo com sua vontade. Mas o uso primário é completamente gratuito”, conta a estudante, que também prevê parcerias com hospitais, seguros e planos de saúde, com o objetivo de levar o serviço a mais pacientes e gerar viabilidade financeira para a empreitada.
A parte da ‘modelagem financeira’ foi uma das partes da proposta a receberem elogios na fase final. De acordo com Mirella, os jurados “falaram que nossa apresentação do projeto era quase um plano de negócios, que estava muito bem estruturada. Eles elogiaram muito a nossa conexão pessoal com o problema e a atenção que a gente deu para uma questão que normalmente não é abordada, passa muito despercebida.”
Além da estudante, a equipe vencedora era composta por outros quatro membros, residentes em Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e São José dos Campos (SP). Mirella ocupou a função de Chief Tecnology Officer (CTO), ou seja, foi a diretora técnica da equipe.
Série de títulos
A possibilidade de participar da Olimpíada do Futuro surgiu para Mirella e para os outros integrantes de seu grupo, após os resultados positivos conquistados pelos estudantes na edição 2021 da Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON). Nesta competição, a jovem foi medalhista de prata e a representante do sexo feminino com o melhor desempenho, o que lhe rendeu um outro título, o de ‘Menina Olímpica’. O desempenho de Mirella na OBECON foi destacado pelo Diretor do Departamento de Promoção e Difusão da Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Daniel Lavouras, no evento de entrega das medalhas realizado em Brasília (DF).
Mirella Wunderlich também já foi 1º lugar na América Latina na Tiger Global Case Competition (TGCC), certame de empreendedorismo internacional on-line entre jovens de 13 e 18 anos, e teve o Melhor Business Case da IEO Open Track, uma versão da Olimpíada Internacional de Economia.
Confira o site do aplicativo Sorria! e o vídeo oficial de apresentação:
Fonte: Colégio dos Jesuítas