No mês de setembro, o escritório geral do JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados) da América Latina e Caribe começou a campanha de prevenção da violência e o projeto de restauração dos direitos das pessoas deslocadas e de refugiados na fronteira Colômbia-Venezuela. O projeto é apoiado pela Fundação Alboan e pelo governo Basco da Espanha.
Este projeto tem como objectivo continuar o trabalho feito anteriormente pelo JRS nas cidades fronteiriças de Barrancabermeja, San Pablo e Cucuta, na Colômbia, e Ureña e El Nula, na Venezuela. Nestas áreas, o JRS oferece acompanhamento e suporte técnico a partir de uma perspectiva bi-nacional. Nessas regiões existem milhares de deslocados ou refugiados.
De acordo com a CODHES (Consultoria para os Direitos Humanos e o Deslocamento), o número real de pessoas que foram deslocadas pelo conflito colombiano desde meados da década de 1980 ultrapassa cinco milhões. Além disso, mais de 600 mil pessoas atravessaram a fronteira para países vizinhos como refugiados. Já segundo dados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), 54.965 refugiados, principalmente da Colômbia, vivem no Equador. No Panamá, há 15.000 pessoas que necessitam de proteção internacional. No Brasil, o número cresceu 300% nos últimos dois anos, e na Venezuela, há mais de 200.000 pessoas que necessitam de protecção internacional.
Na Venezuela, uma das lacunas de proteção é a negação do estatuto de refugiado ou dificuldade para acessar o processo de determinação, resultando na violação dos direitos humanos. Na Colômbia, os deslocamentos continuam e as pessoas não são capazes de acessar soluções duradouras que lhes permitam viver com dignidade. Este projeto visa a fortalecer a capacidade dessas pessoas para defender e exercer os seus direitos humanos perante as autoridades competentes, apoiados por fortes organizações de base.
Outro problema presente na região é o risco de crianças e jovens se envolverem em diferentes manifestações do conflito armado, o que muitas vezes resulta em abandono escolar e na perda de estrutura familiar. Tendo identificado o problema, o projeto também será implementado através da educação da comunidade. Além disso, haverá regionais de investigação e atividades de advocacia que, combinadas com atividades de sensibilização, comunicação e educação, vai dar a conhecer a situação em que as vítimas do conflito vivem, facilitando a sua integração nas comunidades de acolhimento, além de prevenir a violência.
Fonte: JRS