O Instituto Camões e a Universidade de Brasília, através da Cátedra Agostinho da Silva, promovem na quinta-feira, dia 18 de outubro, às 19h30, o lançamento da obra “Livro do rio Máximo do Padre João Daniel”, trabalho organizado por Henryk Siewierski (foto) e publicado pela EDUC, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sobre o cronista da Companhia de Jesus, que viveu na Amazônia no período de 1741 a 1757.
O lançamento, que será realizado nas instalações do Instituto Camões na Embaixada de Portugal em Brasília, está inserido na programação do colóquio “Agostinho da Silva e os 50 anos da UNB” e na ocasião será também apresentada uma exposição bibliográfica de obras de Agostinho da Silva.
Jerusa Pires Ferreira, professora da PUC-SP, comenta, sobre os escritos que foram compilados em livro pela EDUC, que “o Padre João Daniel, precisa mesmo ser recuperado, a partir da violência de seu degredo e prisão em Portugal, onde morreria, e do alcance de sua obra, pensamento e legado que nos atingem e informam sobre o presente e se projetam ainda ao futuro”.
“O trabalho de Henryk Siewierski sobre o Padre João Daniel vai nos mostrar outros aspectos, como a dimensão poética e o olhar de descoberta que nos levam à história pelo poético. Geografia e forma, detalhe e amplitude. O padre e personagem que se fez ator e autor no mundo amazônico nos situa de modo a podermos entender conquistas e impasses de nossa própria construção social e cultural ao longo de séculos”, sublinha ainda a professora da PUC-SP.
Padre João Daniel
O jesuíta nasceu numa aldeia em Travassos, Portugal, em 1722, e entrou para a Companhia de Jesus quando chegou ao Grão Pará e Maranhão com 19 anos, terminando a sua formação no colégio da Companhia em São Luís. Iniciou a atividade missionária por terras amazônicas em 1745, percorrendo toda a região onde desempenhou variadas funções durante 12 anos, até 1757, após a supressão da Companhia pelo Marquês de Pombal.
Viveu anos nas prisões do reino: 18 anos nos fortes de Almeida e de São Julião, vindo a falecer em 1776, um ano antes da queda de Pombal e da libertação dos presos. Foi durante os anos de cativeiro que escreveu a obra “Tesouro Descoberto no Máximo Rio Amazonas”, enciclopédia sobre tudo o que a região amazônica contém e sobre o seu potencial econômico e humano. O texto completo foi publicado há cinco anos pela editora Contraponto (Rio de Janeiro) com o apoio da Prefeitura da cidade de Belém.
Fonte: Portugal Digital