O Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) promove de 28 a 30 de novembro o PUC+Energia, dividido em três atividades: o Simpósio sobre Estratégias de Gestão de Comercialização de Energia e Eficiência Energética (SIBGECE), a Brazilian School of Nanoscience and Nanotechnology (Brasonn) e o Workshop de Células Solares.
O PUC Urgente conversou com o coordenador do PUC+Energia, professor Marco Aurélio Pacheco, do Departamento de Engenharia Elétrica, sobre o evento e os rumos da energia elétrica no Brasil.
Como surgiu a ideia de fazer o PUC+Energia?
Marco Aurélio Pacheco: Esses são assuntos do momento: energia, sustentabilidade, eficiência energética, células solares e nanotecnologia, nos quais se deposita muita esperança para a inovação da área de energia. Realizar um evento científico no Brasil é sempre um pouco desafiador. Há uma certa falta de percepção dos órgãos financiadores em relação às dificuldades que existem nesse processo. Às vezes, datas são mudadas, um projeto de alteração é feito e ficamos sem saber se a proposta vai ser aceita ou não. Nosso objetivo é dar visibilidade à Universidade, por isso trabalhamos tanto para realizar esse evento múltiplo.
Os temas que serão tratados no Simpósio e no Workshop são voltados, a princípio, a pessoas das áreas de engenharia, química e física. Não seriam eles de interesse geral?
Marco Aurélio: Há temas populares. Eficiência Energética, por exemplo, deve partir do consumidor. Outro tema que eu acho interessante é a energia alternativa no Brasil. Fontes renováveis, um tema que tem a ver com energias alternativas, também é muito debatido pela sociedade em geral. Algo que muitos não sabem, e que tem um impacto muito grande em todo o universo da energia em nível nacional, são os Smart Grids, interligações inteligentes de geradores de energia, o que permite que a geração seja altamente distribuída. Células Solares também são um assunto importante. É sempre interessante saber o que vem por aí. Eu diria que são esses os temas de interesse público, os outros são bem mais específicos.
Em tempos de sustentabilidade, os profissionais que melhor dominam esse conteúdo saem na frente no mercado de trabalho?
Marco Aurélio: Hoje em dia, sai na frente quem tem conhecimento, seja ele qual for. Cada vez mais estamos tomando consciência, não só no Brasil, mas no mundo, de que o conhecimento técnico-científico agrega valor e transforma produtos básicos em produtos de valor agregado. Ninguém nunca deu tanta importância à tecnologia como se dá hoje. É um tema muito oportuno e abrangente, e a PUC tem competência na maioria desses subtemas ligados à energia.
Com relação às técnicas limpas de produção de energia, o Brasil está se desenvolvendo bem ou ainda há muito a ser feito?
Marco Aurélio: O Brasil tem um bem que traz consequências não ideais: o país é abençoado com muitas bacias hidrográficas, capazes de gerar energia quase 100% limpa. Por isso, o Brasil busca ampliar essas alternativas limpas de forma mais lenta que outros países que não dispõem dessas fontes, como a biomassa, o biodiesel, o programa pioneiro do álcool. Eu considero que o país esteja dando toda a atenção no momento à questão energética, assim como nós, na PUC, estamos contribuindo com pesquisas e seminários.
Por: Luísa Lacombe/ Foto: Cynthia Salles