O Papa Bento XVI deixou o papado no último dia 28 de fevereiro e o mercado editorial já tem o primeiro livro que trata sobre a primeira renúncia de um sumo pontífice em 600 anos. “A Grande Renúncia – Por que um Papa se demite?”, das Edições Loyola, mostra todos os casos de renúncia papal em pesquisa e autoria de Roberto Rusconi (foto), e se propõe a explicar ao leitor tudo em torno desse episódio até o conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI.
Na primeira parte, o livro reconta os casos anteriores de renúncia papal. Celestino V – o único papa legítimo a renunciar, em 1294 – ganha um capítulo à parte. Depois, o livro faz um apanhado sobre o poder papal em meio às transformações da Igreja, do cisma à criação do Estado do Vaticano.
A renúncia de Bento XVI começa a ser citada apenas na parte final, quando Rusconi enumera os casos recentes – a partir do século 19 – de “tentação de renúncia”, a maioria por causa da debilidade física do pontífice da vez. Rusconi deixa claro que a possibilidade de abandonar o cargo sempre foi uma opção levada em conta – e jamais realizada.
O livro especula as situações que teriam levado o Papa Bento XVI a amadurecer a ideia de renunciar, entre elas o escândalo do vazamento de documentos reservados da Santa Sé, conhecido como “Vatileaks”, e a deterioração de seu estado físico. O autor, professor de História do Cristianismo na Universidade de Roma, especula também que a renúncia foi decidida em 17 de dezembro, quando Bento XVI leu a última parte do relatório da comissão.
O livro de 120 páginas tem preço sugerido de R$ 24 e lançamento previsto para o próximo dia 8 de março.
Sobre o autor
Roberto Rusconi é professor de História do Cristianismo e das Igrejas na Universidade Roma Tre e membro da direção da Rivista di Storia del Cristianesimo. Publicou recentemente “Santo Padre: la santità del papa da San Pietro a Giovanni Paolo II” (Roma, 2010) e La gloria degli altari. I papi santi nella storia della Chiesa (Milão, 2012).