Entre os dias 30 de outubro e 1 de novembro de 2024, a Aldeia Moyray, localizada na área rural de Autazes (AM), recebeu o VII Encontro do Povo Mura. Com o tema “Resistir para Existir”, o evento contou com a participação de lideranças indígenas, organizações governamentais e não governamentais, além de representantes de municípios amazônicos.c A iniciativa teve como objetivo central o fortalecimento da luta pelo território e discutir desafios críticos, como a demarcação de terras, a sustentabilidade e os impactos da mineração.
O Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) foi representado no encontro pelo jesuíta Silvio Marques, que ressaltou a prioridade da Companhia de Jesus em relação aos povos indígenas na região Pan-Amazônia. “Os jesuítas na Pan-Amazônia elegem os povos indígenas como uma missão prioritária. Nós, do Sares, além de oferecermos cursos sobre direitos indígenas, atuamos diretamente em projetos com os povos Sateré-Mawé e Mura. Hoje, estamos na articulação do VII Encontro dos Povos Mura, lutando pela demarcação de terras e contra a mineração”, afirmou.
O encontro ofereceu uma programação rica, com apresentações culturais e homenagens a lideranças locais. As discussões enfocaram a história e os desafios do povo Mura, destacando a demarcação de terras e os efeitos da mineração. Temas como educação escolar indígena, sustentabilidade, mudanças climáticas e queimadas na Amazônia foram amplamente debatidos. O evento também contou com a participação de autoridades e assessoria jurídica, que contribuíram na elaboração de estratégias para fortalecer a resistência e proteger o território indígena.
Ao final do evento, os participantes revisaram os encaminhamentos e reafirmaram o compromisso de seguir na luta pela demarcação e preservação do território amazônico, contando com o apoio de organizações parceiras. Para as lideranças, o VII Encontro foi uma oportunidade crucial para unir forças na busca por um futuro sustentável e saudável para a Amazônia e para o povo Mura.
Com o suporte do Sares e de outras entidades, o evento reforçou a articulação entre os povos indígenas e o compromisso com o “Bem Viver”, defendendo um território livre de exploração e promovendo a autonomia e a sustentabilidade das comunidades indígenas.