O grupo de pesquisa ‘Inconfidência Mineira: análise dos autos da devassa sob a luz do Direito Processual Civil atual’ promoveu, na noite desta quinta-feira, dia 25 de abril, palestra com o jornalista Rogério Araújo. Coube ao professor Newton Teixeira Carvalho, coordenador do grupo, realizar a abertura do evento e presidir a mesa de debates, da qual também participaram a professora Mariza Rios, coordenadora do NAEP; e a aluna Karina Moreira Viana, do 7º período, que é estagiária do grupo de pesquisa.
“Rogério é um grande estudioso da Inconfidência Mineira e traz para os debates a visão jornalística, desmistificando os acontecimentos. Com a sua contribuição, vamos analisar os papéis dos inconfidentes na revolta, se as condenações ocorreram de acordo com o devido processo legal”, afirmou o professor.
O jornalista, por sua vez, destacou a importância do Direito para uma completa compreensão dos acontecimentos, uma vez que existiram decisões judiciais, condenações, mas praticamente não há registros sobre elas. “A Inconfidência Mineira, infelizmente, foi reprimida. Então tudo isso ‘que era pra ser e não foi’ desembocou em um processo judicial, a devassa, que deve ser medida sob a luz da doutrina jurídica”, explicou Araújo.
Além da ausência documentos, o jornalista lembrou que, na época, vigorava a ‘cultura do medo’, que influenciava diretamente os depoimentos e as ‘versões’ dos envolvidos sobre a Inconfidência Mineira. Outro ponto que dificulta a reconstrução dos fatos é que, entre os poucos registros encontrados, há muitos aspectos subjetivos, misturando ficção e realidade. “Quem era, de fato, Tiradentes? Os inconfidentes eram iluministas ou não? Eram idealistas? Financistas endividados?”, questionou Rogério.
Fonte: Dom Total