Professor Justino (sentado) com o Pe. Raul L. de Mendonça.
Em 1963, um jovem de 16 anos saiu do estado do Espírito Santo para estudar eletrônica em Santa Rita do Sapucaí. Em 2013, José Antonio Justino Ribeiro completou 50 anos de trabalho na ETE FMC (Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa). Uma história de dedicação e amor pela educação.
Incentivado pelo professor do ginásio, Virgílio Milanez, Justino foi prestar vestibular para estudar na ETE. “O professor Milanez começou a nos incentivar para que viéssemos estudar em Santa Rita, pois ele antevia que a eletrônica seria a grande conquista tecnológica da época. Como minha família era muito pobre, ele tentou conseguir uma bolsa de estudos para que eu viesse. Confesso que o seu entusiasmo me contaminou e eu e o filho dele viemos tentar essa nova e, no meu caso, longa aventura”, admite o professor.
Por ser de uma família carente, Justino entrou no programa de bolsas que arcava com a mensalidade da escola, moradia, alimentação vestuário e material escolar. “O fundo de bolsas criado por Sinhá Moreira garantiu-me o curso e ao ser contemplado com a bolsa, eu me senti com uma grande responsabilidade, pois não podia fracassar nos estudos. Como eu já estava muito estimulado, pois sempre gostara de estudar, os esforços que fiz foram menos pesados”, disse Justino.
Assim que iniciou os estudos, o jovem já se identificou com a eletrônica e com um desempenho exemplar, logo se destacou na turma. No final do terceiro ano do curso técnico, ele e mais três alunos foram convidados pelo então diretor da ETE, Pe. Vaz, para ministrar aulas na instituição. Orgulhosos, porém preocupados com a responsabilidade, os alunos dividiram as tarefas e Justino ficou com a disciplina de Telecomunicações. Desde então, se identificou com a carreira acadêmica e nunca mais saiu das salas de aulas.
Professor Justino está há 50 anos na ETE, sendo 47 destes como professor. Ele também leciona no Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) e na Universidade Federal de Itajubá. Sobre a formação integral que recebeu na instituição, o professor fala da tradição e do valor de um colégio da Companhia de Jesus.
“A formação jesuíta inclui o aperfeiçoamento técnico, pessoal e humanístico. Todos esses elementos auxiliam o jovem a ter uma visão geral e crítica do mundo e da sociedade. Sempre salientei aos meus alunos que a Companhia de Jesus tem mais de 500 anos de experiência na educação. Aqui a liberdade de ideias, o debate saudável e produtivo sempre foi incentivado. A educação jesuíta procura levar a uma formação integral do ser humano”, conclui Justino.
Adaptado de: ETE FMC