Entre os dias 08 e 10 de outubro, aconteceu na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), em Belo Horizonte (MG), o XX Simpósio Internacional Filosófico-Teológico e o XI Simpósio de Ciências da Religião da PUC Minas, com o tema Ecologia Integral: Cuidar da Casa Comum, reunindo estudantes e professores das duas instituições.
A abertura do evento contou com a conferência on-line Ecologia Integral em Ação: Pesquisa, Diálogo e Justiça Socioambiental no Caminho da Laudato Sí, com o Prof. Vinícius Paixão, do Instituto de Pesquisa Laudato Sí. No segundo dia do Simpósio (09), foi realizada a mesa-redonda Ecologia e Capitalismo, com Mariza Rios, professora do Centro Universitário Dom Helder, e Élio Gasda, SJ, professor da Faje. A mediação foi da professora da Faje Cláudia Maria Chaves de Oliveira. Em sua palestra, o professor Élio abordou o tema Sociedade, Ecologia e Capitalismo, destacando que o mundo vive uma crise profunda e que, na raiz dessa crise, está o ser humano, sendo o sistema capitalista sua maior causa. Na “era do capital” em que vivemos, a natureza é vista como mercadoria barata, em um cenário de exploração predatória, dependência da queima de combustíveis fósseis e de “ecocídio” – um crime contra o planeta, a natureza e a espécie humana.
Na palestra Direitos da Natureza e Educação Ecológica, Mariza destacou as mudanças na forma como o Direito vê e considera a questão ambiental desde o início do século XX. Segundo ela, os “direitos da natureza” são diferentes do “direito ambiental”, devendo ser considerados como mais amplos, tendo na experiência de vida milenar dos povos indígenas e originários sua fonte principal. “O centro é a natureza. É da natureza para a humanidade e não ao contrário. Não existe separação. Somos parte da natureza”, sublinhou.
Ecologia e Novos Paradigmas foi o tema da mesa-redonda do terceiro e último dia do Simpósio. Gabriela Lima, professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Faje, abordou o tema do Ecofeminismo, enquanto o professor da Faje Sinivaldo Tavares (FAJE) falou a partir da perspectiva da Ecologia Decolonial. A mediação ficou sob a responsabilidade do professor Franklin Alves Pereira, SJ. Na parte da tarde, aconteceu o Seminário on-line A conversão Ecológica: o caso de um ecocentro espiritual jesuíta, com o professor Xavier De Bénazé, do Econocentre Spirituel Jésuite du Châtelard, da Faculdade Loyola Paris. Os participantes do Simpósio puderam visitar, também, uma exposição organizada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre o relatório com dados da Violência Contra Povos Indígenas no Brasil – 2024. A exposição revelou que o primeiro ano de vigência da Lei do Marco Temporal foi marcado por conflitos e violência contra povos em luta pela terra.



