O jesuíta Thomas Smolich (foto), presidente da Conferência dos Jesuítas dos Estados Unidos e membro do Conselho de Administração do JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados), juntou-se a outros 40 líderes religiosos para pedir ao Congresso que se oponha à autorização para o uso da força militar do País na Síria.
Junto com as religiões judaica e muçulmana, os signatários incluem líderes católicos, evangélicos, episcopais, presbiterianas, metodistas, adventistas e batistas, além de líderes de paz da igreja dos Quakers Menonitas e da Igreja do Irmãos.
Confira na íntegra a carta enviada ao Congresso dos EUA no último dia 9 de setembro:
Como líderes de organizações baseadas na fé, estamos escrevendo para exortá-lo a votar contra qualquer autorização para o uso da força militar na Síria. Enquanto nós condenamos inequivocamente qualquer uso de armas químicas, juntamente com a matança indiscriminada de civis e outras violações do direito humanitário internacional, os ataques militares não são a resposta.
Ao invés de trazer um fim à violência que já custou mais de 100.000 vidas, os ataques militares dos EUA ameaçam ampliar a terrível guerra civil na Síria e minar as perspectivas de acalmar a violência e, eventualmente, chegar a uma solução justa.
Todos nós reconhecemos o desafio no meio desta tragédia em curso. No entanto, esta não é uma escolha entre a ação militar e “não fazer nada”, um quadro que mais uma vez está sendo usada para legitimar a violência. Ao invés de ceder à tentação de alimentar o fogo com mais violência, vemos uma oportunidade para os EUA para alavancar o peso de sua influência e recursos diplomáticos para promover uma solução justa, negociada e que inclua todas as partes internas e externas no conflito.
Portanto, recomendamos que o Congresso e o Presidente apoiem as seguintes ações:
1) Levar os esforços diplomáticos internacionais para evitar a continuação da utilização de armas químicas. Os governos ao redor do mundo, incluindo o Irã e a Rússia, condenaram o uso de armas químicas na Síria, e os EUA devem trabalhar para direcionar essa vontade internacional para a ação diplomática decisiva.
2) Abster-se de fornecer apoio militar à oposição e convencer a Arábia Saudita, Qatar e Turquia a fazer o mesmo, continuando a chamar a Rússia e o Irã a cessar o apoio militar para o governo sírio.
3) Devemos sinalizar ao mundo a urgência de promover um acordo político que visa acabar com a violência e garantir a prestação de contas. As negociações devem incluir a sociedade e os principais atores não-violentos civis e incluir mecanismos de responsabilização mais amplo.
Fonte: National Jesuits News