O Centro Universitário da FEI colocará em prática um novo projeto pedagógico em seu curso de Administração, a partir do primeiro semestre de 2014 (com impacto na formação das turmas de 2017). A adoção da “Pedagogia das Competências”, como o modelo é denominado no meio acadêmico, requer profundas alterações no processo de ensino-aprendizagem, nas condutas e atitudes de alunos e docentes e na relação entre eles, em sala de aula. O intuito é que o aluno seja o sujeito da aprendizagem e desenvolva sua autonomia, tomando a iniciativa de buscar conhecimentos e experiências.
O projeto é ousado e inovador e o aluno será estimulado a responder, antever e resolver problemas com autonomia e visão critica. Já o professor será um mediador da aprendizagem; irá exercer papel estimulador, que leve o aluno a aprender a aprender. O objetivo é garantir práticas educativas que tenham participação ativa do aluno e sejam voltadas ao exercício profissional, visando formar profissionais dinâmicos e adaptáveis às rápidas mudanças no mundo do trabalho.
Na prática, as aulas expositivas diminuem para dar lugar à intensificação de outras atividades, por meio do uso de metodologias de ensino diversificadas. Por exemplo, os conteúdos, sempre que possível, serão contextualizados, trabalhados em associação com a vida profissional do aluno. Os professores devem procurar utilizar relatos de situações vividas pelos estudantes no trabalho, solicitando que relacionem as ferramentas usadas nas organizações em relação ao tema em estudo; trabalhar em sala de aula casos reais, aproximando teoria da prática.
Entre as atividades a serem implantadas estão casos, debates de filmes ilustrativos de casos reais ou de notícias na imprensa, correlacionando a teoria com o ambiente empresarial; jogos de empresa, seminários dados por alunos com envolvimento dos colegas e leituras complementares.
O professor e coordenador do departamento de Administração, do campus em São Bernardo do Campo, Hong Ching, considera de grande importância, para a formação profissional, o papel das práticas interdisciplinares e integradoras, que contemplem a experiência real do aluno. No novo modelo, muda também a forma de avaliação dos alunos. “O professor deve ser um observador e balizar suas conclusões e indicadores ao longo do processo e não somente nas provas e em trabalhos pontuais. O aluno é avaliado em suas habilidades e atitudes em sala de aula, além dos seus conhecimentos”, explica Ching.
Processo de implantação
A adoção dessa nova concepção educativa, que introduz uma estrutura curricular de ensino dinâmica e flexível, exigirá recursos e envolvimento dos profissionais da FEI em um processo cujos resultados deverão ser revisados e os procedimentos redefinidos, constantemente. Haverá, ainda, ao longo do processo, fórum de discussão entre professores e coordenação, importante para o resgate de conceitos, revisão de papeis, métodos e práticas de ensino.
As discussões e avaliações internas da equipe do curso de Administração e reitoria da Instituição tiveram inicio no ano passado, com uma série de reuniões. Em agosto de 2013, a FEI promoveu uma mesa-redonda sobre o assunto, com a participação de profissionais da área e representantes da academia, do mercado de trabalho, do mercado editorial e da classe docente. Estavam envolvidos a Associação Nacional de Cursos de Graduação em Administração (Angrad), o Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), a Cia. de Talentos, a Editora Pearson e um representante docente.
Os professores já receberam capacitação para lidar com esse novo modelo de ensino, para que atuem como facilitadores. A criação de estratégias pedagógicas para a adaptação dos alunos a essa metodologia mais ativa de aprendizagem, que demanda maior participação, é um dos próximos passos.
Ainda neste mês de janeiro, os professores participarão de um workshop para consolidar a adoção da metodologia de mapa conceitual e também, em outro evento, discutirão as atividades que serão sugeridas aos alunos, para desenvolver as competências. Para avaliar a eficácia do projeto pedagógico, serão utilizados indicadores.
A “Pedagogia das Competências” é uma tendência internacional iniciada em países desenvolvidos, mas que se estende para países emergentes com características e práticas diferenciadas. Entre os países que já adotaram a metodologia estão Alemanha, Áustria, Suíça, Japão, Estados Unidos, Inglaterra e Canadá. No Brasil, a nova pedagogia apoia-se em iniciativa do Estado com respaldo na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9.394/96) e alcançou o curso de Administração por meio da resolução nº 4/2005, editada pelo Conselho Nacional da Educação – CNE.