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Pe. Urbano participa de encontro no México

  • Postado em: 22 de setembro de 2014

O padre Urbano Mueller participou do 16º Encontro Latino-Americano de Jesuítas que trabalham no Apostolado Indígena, entre os dias 4 e 10 de agosto, em Sisoguichi – Chihuahua, México. O encontro, que acontece a cada dois anos, discute temas relacionados à espiritualidade e ao cotidiano dos índios. Confira o relato do jesuíta sobre o encontro:

 

Roraima: Apostolado Indígena

Eu tive a feliz oportunidade de participar do 16º Encontro Latino-Americano de Jesuítas que trabalham no Apostolado Indígena, em agosto. O encontro, que aconteceu na Missão de Tarahumara, reuniu 56 pessoas: 23 indígenas e 33 jesuítas, provenientes do Peru, do Chile, da Bolívia, do Equador, do Brasil, da Guatemala e do México.

A jovem indígena Joacy da etnia Wapichana participou comigo do evento. Ela é da Região de Serra da Lua, em Roraima, onde o Pe. Setsuro Horie e eu vivemos e trabalhamos. O tema central do encontro ‘Espiritualidade dos povos e sua relação com a justiça e o meio ambiente’ nos levou a valorizar e a nos aprofundar na variada e rica tradição religiosa e cultural dos povos indígenas. Quanta riqueza, quantos valores e modos de vida atropelados pelo sistema capitalista/neoliberal!

Os jesuítas da Província do México, especialmente os da Missão de Tarahumara, nos acolheram muito bem e foram generosos em todos os sentidos. O dia 4 de agosto foi de chegada e acolhida em Sisoguichi, o lugar do nosso encontro. Os dias restantes foram dedicados ao estudo e aprofundamento do tema central. Em termos gerais seguimos o método da partilha de experiências e ideias, de narrativas e expressões culturais e religiosas, de orações, rituais, missa, celebrações. Além disso, abordamos assuntos da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina) e da Rede de Solidariedade e Apostolado Indígena.

Nos dias 8 e 9, nós conhecemos e participamos de um Yúmari Tarahumar. O rito religioso inclui festejos, o baile de matachines, o tónari (caldo de res), comidas e bebidas típicas e a preciosa convivência entre as pessoas participantes. A espiritualidade tarahumar manifestou-se em toda a festa, nos bailes, danças, cantos e símbolos. Participar do Yúmari Tarahumar foi uma experiência especial e mística, que me impactou positiva e profundamente. Ao mesmo tempo a gente constata, com grande tristeza, que esta e tantas outras tradições culturais dos povos originários foram ignoradas ou se perderam no tempo e, o que é mais grave, continuam sendo pisoteados em nossos dias, em nome do desenvolvimento capitalista.

Espiritualidade

A espiritualidade dos povos indígenas, tema central do encontro, é muito importante para o nosso apostolado, ao mesmo tempo é difícil abordá-lo com profundidade. Sempre é bom perguntar-nos: como nos deixamos impactar pela espiritualidade dos povos indígenas e por seus sistemas de convivência comunitária? Como jesuítas e como sociedade ampla, sabemos aprender do seu modo de vida e de seus valores?  Somos capazes de nos deixar evangelizar e enriquecer pelos povos indígenas? As perguntas, interrogações e desafios são muitas e as respostas e caminhos a seguir, nem sempre são claros. O mais enriquecedor do encontro foi a partilha das experiências de vida dos indígenas e jesuítas. A escuta e o respeito mútuo, a celebração da vida, o Bem Viver, a vontade de avançar com esperança e sabedoria. O intuito de “fortalecer o compromisso atual da Companhia de Jesus com os povos originários” é um dos objetivos desses encontros e também da CPAL.

Qual é o espírito que dá força aos povos para resistir e lutar por seus direitos, para defender a terra e a vida, para enfrentar a injustiça e construir justiça alternativa? Foi uma das questões que estiveram presentes durante todo o encontro. Essa questão tem sido objeto de reflexão entre nós (Pe. Horie e eu), em nosso trabalho pastoral com os povos Wapichana e Macuxi, aqui em Roraima, na Região Serra da Lua. Consideramos que aqui o espírito do Evangelho de Jesus Cristo, a mística cristã, é uma força que ainda move esses Povos para resistir, lutar e seguir na caminhada. É a fé no Deus Criador da Vida e da Terra, o Deus bom e misericordioso, nosso Pai.

Esta espiritualidade está viva e se manifesta em muitos cânticos dos Wapichana: o kaimen manawyn Wadary − Deus é bom. A evangelização da Igreja transmitiu essa mística e os valores do Evangelho. Por isso, faz parte da nossa missão preservar esta espiritualidade e aprofundar o seu sentido na vida prática.

Desafios

Porém, como resgatar a espiritualidade, a fé e os valores tradicionais desses povos? Essa questão merece uma reflexão profunda da parte dos missionários e de toda a Igreja. Indo mais a fundo, é necessário pôr em questão a capacidade nossa e da Igreja para escutar a crítica, implícita ou explícita, que a religiosidade indígena faz à fé e às práticas consideradas como ortodoxas, ilustradas ou teológicas. Considero que a verdadeira encarnação do Cristianismo, nas diversas culturas, só se realiza em espírito de permanente conversão: aceitar realmente a religião dos povos originários como parte integrante da História da Salvação, como palavra e intervenção do Deus de Jesus Cristo, que interpela a Igreja a partir dos pobres, dos pequenos, dos “estrangeiros” e põe em crise (no sentido original do termo) todo o pretendido domínio e apropriação absoluta da Boa Nova.

A tarefa é difícil e complexa, mas aprendamos a respeitar e a reconhecer verdadeiramente a alteridade e a cultura dos diversos povos. Longe de nós os preconceitos, mas abramos espaço em nós onde possa ressoar a Palavra de outras culturas, palavra que deve pôr em crise nossa ingênua – ou mal intencionada – autossuficiência de homens “civilizados e eficazes” com direito de imposição e de conquista.

Por fim, não posso deixar de agradecer a Deus e à Companhia de Jesus pela graça que me foi concedida de participar desse encontro em Tarahumara, no México. Um agradecimento especial aos jesuítas da Província Mexicana que trataram a todos os participantes com muita gentileza e carinho. Porém, entrou-me um sentimento de tristeza ao constatar que eu era o único jesuíta a representar o nosso imenso Brasil, onde sobrevivem em torno de 900 mil indígenas, de 305 povos e 274 línguas diferentes. É um rico patrimônio sociocultural de conhecimentos e modos de vida, com uma imensa variedade de expressões culturais, rituais e artísticas. Por que são tão poucos os jesuítas brasileiros comprometidos com o apostolado indígena? Por outro lado, causou-me grande alegria verificar a opção clara que a Província do México fez pelo apostolado indígena. Nada menos do que 30 jesuítas mexicanos dedicam sua vida aos povos indígenas. É um belo exemplo a ser seguido por nós jesuítas da Amazônia e de todo o Brasil. Sempre é tempo de aprender! A todos e todas vai um grande abraço desde a Serra da Lua – Roraima.

Pe.  Urbano Rodolfo Mueller

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