Não amanheças, Senhor,
que ainda meus olhos
não aprenderam a ver-te
no meio da noite.
Não me fales, Senhor,
que ainda meus ouvidos
não logram te escutar
nos barulhos da vida.
Não me abraces, Senhor,
que ainda meu corpo
não percebe tua pele
nos abraços e na brisa.
Não me adociques, Senhor,
que ainda minha garganta
não saboreia tua ternura,
no meio do amargo.
Não me perfumes, Senhor,
que ainda meu olfato
não cheira tua presença
no meio da miséria.
Batiza meus sentidos
com o lento decorrer
de tua graça encarnada,
fluindo por meu corpo.
Por: Benjamin Gonzalez Buelta, SJ