Encerrou-se nesta terça-feira, dia 30 de outubro, no Vaticano, um encontro promovido pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos sobre o diálogo judaico-católico. Participam deste encontro representantes de várias Conferências Episcopais. A finalidade é fazer um balanço do diálogo entre as duas confissões religiosas e tomar conhecimento das iniciativas empreendidas em várias partes do mundo para promover este diálogo e, assim, ter uma panorâmica que possa incentivar uma postura mais homogênea por parte da Igreja Católica.
Do Brasil, participa o Bispo de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), Dom Francisco Biasin (foto), que é presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e nomeado, sábado passado pelo Papa Bento XVI, membro do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso. Nesta entrevista ao Programa Brasileiro, na sede da Rádio Vaticano, Dom Francisco fala de sua contribuição neste encontro e das iniciativas em comum entre judeus e católicos no Brasil:
“Eu disse em primeiro lugar como é que surgiu o diálogo judaico-católico, com uma Comissão que começou em 1981. Disse que no Brasil todo ano, de 18 anos para cá, nós celebramos a 18ª edição agora, 15 dias atrás, em Belo Horizonte, todos os anos temos a Assembleia judaico-católica, na qual tratamos um tema de interesse comum. Este ano, por exemplo, tratamos da ética na ecologia. Depois falamos este ano no Brasil do uso das redes sociais para projetos comuns, e sobretudo para favorecer o diálogo. Além disso, nós temos uma experiência que talvez seja única no mundo: o fato de que as famílias judaicas mandam seus filhos para fazer a Faculdade nas Pontifícias Universidades Católicas ou nas universidades mantidas por congregações religiosas, como salesianos ou congregações de irmãs, porque sentem que lá a educação e a formação têm um cunho muito especial. Além de ser séria, ela tem também uma orientação bíblica, que é aquilo que interessa para eles. Depois temos outra realidade: os jovens no Brasil estão sendo convocados, iniciando de maneira pequena, a fazer uma experiência comum. Então, por exemplo em São Paulo, tem seis jovens católicos, seis jovens muçulmanos e seis jovens judeus que se encontram semanalmente, primeiro para colocar em comum a experiência da sua própria fé, da sua própria religião, e depois para ver como influir nas universidades, para criar um clima de respeito e de diálogo e, ao mesmo tempo, de defesa dos valores comuns. A cultura pluriétnica do Brasil favorece demais esse tipo de diálogo.”