O Centro de Referência em Direitos Humanos Padre João Bosco Burnier (CRDH), da Casa da Juventude Pe. Burnier (CAJU) promoveu a aula inaugural do primeiro Curso em Direitos Humanos em Goiás. O objetivo é qualificar os ativistas e constituir um grupo de discussão para fomentar trocas de experiências de intervenção na sociedade goiana. O CRDH recebeu 270 inscritos que concorreram a 70 vagas. O curso é organizado em três etapas e termina em novembro deste ano.
João Paulo Pucinelli, coordenador do DH, diz que o curso pretende fomentar promotores para que eles estejam inseridos em suas comunidades locais e atuem nas áreas de juventudes, criança e adolescente, mulheres, igualdade racial, diversidade sexual, equidade de gênero, educação popular e outras áreas do campo dos direitos humanos.
O coordenador ainda enfatiza que o DH pretende ser um espaço significativo para fortalecer uma cultura de paz. “Não a paz burguesa que repara todas as injustiças e mantém os subalternos em seus lugares de negação, mas uma paz da justiça, da autonomia e da naturalidade do ser diferente. Um espaço do diálogo, do abastecimento e do impulso, para no cotidiano, que às vezes é difícil, e muitas vezes, torna-se frustrante, termos forças e energias para encarar, enfrentar, romper a porta da discriminação e de todas as formas de violência simbólica e real”, explica.
Cíntia Clara Ferreira da Silva, representante da sociedade Oásis e do Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas-Candaces, instituições da cidade de Anápolis, diz que é importante em Goiás ter o espaço educador, pois o curso irá fortalecer as ações para os grupos em que atua. “Espero um retorno positivo com possibilidades de novas orientações para incrementar as ações. Será produtivo porque o encontro vai abordar temáticas diversas de gênero, raça e diversidade”.
Capacitação
Para Adriano Ferreto, assessor da Prefeitura de Goiânia em Diversidade Sexual de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), a expectativa estar centrada na oportunidade em dar capacitação ao militante que começa no movimento, pois a profissionalização efetiva uma intervenção com mais clareza para as partes envolvidas. “A falha não está totalmente na falta de capacitação, pois temos vivência. O cara sabe o que tá falando, sabe das dificuldades, mas às vezes tem dificuldade em expressar a própria realidade. Por isso, precisamos de teoria, de maior conhecimento. Dessa forma, agrega-se saber, para realizar intervenção com mais agilidade e dignidade”, analisa.
O assessor acredita que em Goiás deveria haver maior oferta de cursos na área, e mais investimento na capacitação do ativista, principalmente nas escolas, para agregar o maior número de pessoas para a defesa dos Direito Humanos. “Quando se faz uma intervenção na sociedade, faz-se com sabedoria. O conhecimento mudará a forma de pensar”, pondera.
A segunda etapa do curso acontece de 11 a 13 de outubro. O tem abordado será Direitos Humanos e as Juventudes, as Mulheres, as LGBTs e as Negras. A assessora convidada é a historiadora e pesquisadora, Janira Sodré Miranda. A professora é coordenadora do Programa de Estudos e Extensão da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e presidenta do Conselho Estadual de Igualdade Racial.
Fonte: CAJU