Em setembro, estive, junto com Cristina Bovi, oblata de Santo Agostinho, participando da constituição da Rede de Comunidades Organizadas (Recor), no Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). A Recor pretende ser uma rede de redes, com o objetivo de articular o trabalho pastoral de diversas instâncias. Isso porque as comunidades organizadas, em suas diferentes expressões — pessoas em situação de rua, vendedores(as) ambulantes, lídees ambientais e sociais, recicladores(as), entre outros —, “têm a decisão de se unirem para se salvarem, o que surge de um sofrimento e se expressa numa ética”.
O evento reuniu agentes pastorais e líderes de organizações sociais, entre os quais estavam representantes da Pastoral Latino-Americana de Apoio e Prevenção de Dependências, da Pastoral de Rua e de Movimentos Populares acompanhados — desde Roma (Itália) — pela Pontifícia Comissão para a América Latina.
A Pastoral Nacional do Povo da Rua do Brasil ganhou destaque devido à sua ampla experiência de atuação, indo além do assistencialismo e promovendo a organização e a luta pelos direitos civis e por políticas públicas para a população em situação de rua. Por esse motivo, fomos convidados a representar as pastorais do povo de rua de nosso continente no encontro que consolidou o Centro de Programa e Redes de Ação Pastoral (Ceprap). O evento ocorreu na sede do Celam, em Bogotá (Colômbia), entre os dias 04 e 06 de fevereiro.
Esse novo Centro nasce com a missão de articular redes territoriais e temáticas de organizações eclesiais e civis. Além disso, busca fortalecer as pastorais para que acolham os itinerários sinodais, vivenciem a “Igreja em saída” e se engajem na constante conversão pastoral. O Ceprap trabalhará junto aos Conselhos Episcopais e organismos eclesiais, bem como na sociedade civil, nos governos e em outras instituições, com o intuito de construir políticas públicas voltadas para a garantia de direitos.
O encontro contou com mais de 50 participantes, representando diversos grupos pastorais, organizações eclesiais e civis. Foi uma experiência enriquecedora de construção sinodal, refletindo a orientação do Papa Francisco para uma Igreja que aprende e se compromete com a missão de estar em saída. O grupo brasileiro presente no evento está representado na foto por: Marcelo Lemos, secretário executivo da Ceama; Ir. João Sampaio, secretário da Repam; Pe. Marcos Augusto, SJ; dom Zanoni Castro, arcebispo de Feira de Santana (BA) e referencial da Pastoral Afro do Celam; Cristina dos Anjos, da Cáritas Brasileira; Diego Aguiar, articulador da Repam; Janaína Santos, jornalista do Cebitepal (Celam); Pe. Wilfrido Mosquera, da Pastoral Afro; Ir. Leda Scalabriniana, da Rede Clamor (migrantes e refugiados); Pe. Fabio Nascimento, do Cebitepal (Celam); Daniel Seidel, da CBJP; dom Reginaldo Andrietta, bispo de Jales e referencial para o Mundo do Trabalho.
Pe. Marcos Augusto Brito Mendes, SJ