Nos dias 06 e 07 de agosto, a Terra Indígena Andirá Marau, em Maués (AM), recebeu a Caravana de Direitos Humanos, que reuniu lideranças do povo Sateré-Mawé e de diversas organizações, como o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), representado pela analista social Mary Nelys; e o Núcleo Apostólico Manaus e do Fórum das Águas do Amazonas, representados pelo Pe. Sandoval Rocha, SJ. O encontro promoveu rodas de conversa, visitas e reuniões para ouvir as comunidades, registrar denúncias e articular estratégias de enfrentamento às violações. Ao final, foi elaborada uma Carta Pública denunciando a ausência histórica do Estado, as constantes invasões ao território e apresentando demandas urgentes para a garantia do bem viver.
Um dos principais pontos debatidos foi a Barreira Sanitária e de Monitoramento, criada em 2020 como proteção contra a Covid-19 e que, desde então, se tornou um espaço estratégico de vigilância territorial, articulação política e mobilização comunitária. Apesar de sua relevância no combate a invasões e na conscientização de visitantes sobre a preservação cultural e ambiental, a estrutura funciona sem apoio institucional permanente, sendo mantida com recursos próprios e doações. A Carta reivindica que a base seja reconhecida como política pública, com segurança jurídica para seus agentes, formações específicas, equipamentos adequados e fiscalização contínua por órgãos competentes.
As lideranças também apontaram desafios nas áreas de saúde, educação e oportunidades para a juventude. Entre as demandas, estão a melhoria do abastecimento de água, atendimento odontológico, transporte para remoção de pacientes, reformas e construção de escolas, capacitação de professores e programas de geração de renda e formação profissional. As entidades participantes se comprometeram a encaminhar o documento às autoridades e acompanhar a implementação das medidas. O texto completo da Carta Pública pode ser acessado em: https://paamsj.org.br/povo-satere-mawe-reivindica-acoes-urgentes-para-protecao-do-territorio-e-garantia-de-direitos-durante-caravana-de-direitos-humanos-no-amazonas/




