Por meio do Projeto de Vida, todas as séries do Colégio São Luís possuem um trabalho em torno dos eixos Vida Saudável (temas como autoconhecimento, espiritualidade, sexualidade, saúde, boas escolhas) e Vida em Sociedade (ética, meio ambiente, consumo, bullying, entre outros). Nessa perspectiva, a 2ª série do Ensino Médio participou de uma roda de conversas com quatro mulheres, que trouxeram contribuições complementares à questão da ocupação feminina do espaço público.
Alessandra Almeida falou sobre o tema que estuda – violência contra mulheres – e observou a intersecção de gênero, raça e renda em suas análises. Veridiana Campos também trouxe uma visão acadêmica, focada na presença feminina em espaços de poder e na vida profissional.
A artista plástica Ana Teixeira contou sobre como é ficar exposta num lugar público para ter a participação das pessoas em interversões artísticas, como na ação Troco sonhos, em que dava um doce ao escutar uma revelação. Magô Tonhon tem uma luta pela aceitação das mulheres transexuais e provocou os alunos a observarem os espaços públicos em seu bairro: por que frequentam (ou não) tais lugares? Segundo ela, “vivemos numa cidade de muros”.
“São atividades como essa, e conversas com pessoas diferentes, que fazem com que a gente fique mais atento para identificar atitudes de preconceito”, diz a aluna Marina Celani, que tem uma visão otimista: “Minha geração está mais aberta, consciente e se respeita mais”.
Um trabalho bem maior
A roda de conversa foi a finalização de um trabalho realizado no decorrer do 2º trimestre, envolvendo diretamente seis componentes curriculares. “Iniciamos pelo estudo da contribuição feminina às Ciências, a partir do exemplo da polonesa naturalizada francesa Marie Curie, pioneira nas pesquisas sobre radioatividade”, conta a professora de Química Wanda Lucas. “Como avaliação diversificada, os estudantes realizaram, semanalmente, um fichamento sobre uma mulher notável na academia ou nas artes.”
Complementando o tema, em Inglês, os alunos estudaram um artigo sobre os efeitos da radioatividade ao corpo, a partir do caso de mulheres que desenvolveram câncer por trabalhar numa fábrica de relógios e ter contato com o elemento “Rádio” no processo. Para as aulas de Produção de Texto, os alunos assistiram ao filme Ágora (Direção: Alejandro Amenábar, 2009), que conta a história de Hipátia de Alexandria, a grega que ousou lecionar Matemática, Filosofia e Astronomia, entre os anos 355 e 415, uma época que mulheres não podiam ter acesso ao conhecimento.
Outros três componentes curriculares envolvidos com o tema foram Sociologia, Filosofia e Ensino Religioso, que têm um planejamento conjunto e debateram a presença da mulher nos espaços públicos – assunto que remete diretamente à roda de conversa ocorrida no início de setembro.
Fonte: Colégio São Luís (São Paulo/SP)