A Cúpula das Infâncias, realizada durante a Cúpula dos Povos em paralelo à COP 30, em Belém (PA), tem reafirmado a importância das crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e participantes essenciais nas discussões sobre justiça climática. Entre as organizações que assumem papel decisivo nesse processo está o Centro Alternativo de Cultura (CAC), obra social da Companhia de Jesus, cuja presença tem sido fundamental na escuta, mobilização e preparação das infâncias amazônicas.
O encontro, que ocorre entre os dias 12 e 16 de novembro, é dividido em três momentos complementares:
- Tempo de Preparação, quando organizações e jovens participantes são mobilizados e acolhidos no processo;
- Tempo de Acolhimento, com atividades culturais, lúdicas e formativas voltadas às crianças brasileiras e estrangeiras envolvidas na Cúpula;
- Tempo de Protagonismo, etapa em que 200 lideranças infantis participam de debates e constroem a Carta das Infâncias: Bem Viver e Justiça Climática, documento que reunirá as perspectivas das infâncias amazônicas sobre as discussões da COP 30.
Cerca de 400 meninas e meninos participaram de atividades e também redigiram uma carta destinada ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30. Ao final do evento, dois documentos oficiais serão apresentados: a Declaração dos Povos e a Carta das Infâncias.
As crianças presentes vieram de Belém e de outros países, muitas delas acompanhando familiares que participam da Cúpula dos Povos — espaço que reúne mais de 70 atividades simultâneas, incluindo debates, painéis, plenárias, apresentações artísticas e feiras sustentáveis.
A voz da infância amazônica
Maria Clara, de 11 anos e participante das atividades do CAC, reforça a urgência do debate climático:
“Acho importante falar sobre as mudanças climáticas porque é a nossa terra que está em jogo. Belém já é um lugar muito quente e, com a mudança do clima, fica ainda mais quente — muita gente sofre com isso. Também acho importante discutir porque, se a gente não cuidar, podemos acabar morrendo por causa das mudanças climáticas. É bom conversar sobre esse tema porque nem sempre vamos ter pessoas no poder que se importam com o nosso país e com o meio ambiente: jogar lixo no chão, queimadas e poluição dos rios também fazem parte desse problema. ”
CAC: presença e compromisso
Segundo Juscélio Pantoja, coordenador do CAC, a construção da Cúpula das Infâncias é fruto de um esforço conjunto iniciado há dois anos: “O Centro Alternativo de Cultura participa da Cúpula das Infâncias, que é um processo organizativo dentro da Cúpula dos Povos. Ele vem sendo construído desde 2024, quando organizações que defendem os direitos da infância começaram a perceber que era necessário garantir um espaço em que as próprias crianças pudessem refletir, questionar e propor ações sobre justiça climática, mudanças do clima e sobre o próprio futuro delas. Hoje, mais de 60 organizações do Estado e de outros lugares do país e do mundo estão envolvidas nesse esforço.”
Galeria de Fotos:
Fonte: Rádio Amar e Servir








