Teve início, no dia 21 de agosto, o Curso de Extensão Corredores Bioculturais e Direitos da Natureza rumo à COP30, realizado de forma virtual e reunindo mais de 150 participantes de todas as regiões do Brasil. A iniciativa é promovida pelo Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (Olma), pela Cátedra Laudato Si’ (Unicap) e pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS), em parceria com o Instituto Humanitas Unicap e mais de 20 organizações socioambientais, entre elas o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Na abertura, os participantes foram acolhidos pelo secretário executivo do Olma e professor da Unicap, Dr. Luiz Felipe Lacerda, além de receberem mensagens de boas-vindas do vice-reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Pe. Delmar Araújo, SJ, e do diretor do Instituto Humanitas, Pe. Lúcio Cirne, SJ. Ambos ressaltaram o caráter profético da iniciativa, que, superando barreiras geográficas, faz uso das tecnologias para fortalecer redes e alianças em defesa da Casa Comum e da Ecologia Integral.
O professor Luiz Felipe Lacerda destacou a proposta metodológica do curso, construída ao longo dos últimos anos pela Cátedra Laudato Si’, baseada na chamada Ecologia de Saberes. Nessa perspectiva, os conhecimentos acadêmicos e populares são colocados em diálogo e com igual relevância para enfrentar a crise climática e civilizatória.
O primeiro módulo foi ministrado por Ivo Poletto, assessor nacional do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, que apresentou as bases conceituais dos corredores bioculturais. Sua exposição demonstrou, de maneira teórica e empírica, como os biomas brasileiros estão interligados em uma grande teia de vida, cultura e biodiversidade.
O curso se estenderá até 30 de outubro, sempre às quintas-feiras, abordando os sete biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa, Mata Atlântica e Sistema Costeiro-Marinho. As aulas, ministradas por especialistas e lideranças comunitárias, também trarão reflexões sobre ecologia integral, justiça socioambiental e o papel dos povos e comunidades locais na preservação do clima e da biodiversidade.Com a proximidade da COP30, a ser realizada pela primeira vez no Brasil e em território amazônico, a formação busca ampliar a consciência crítica sobre a crise socioambiental e dar visibilidade às soluções que emergem das comunidades. O objetivo é que as vozes dos povos e biomas do Brasil possam ecoar para além da academia e incidir nos debates internacionais, reafirmando a defesa dos direitos da natureza e da Casa Comum. O Curso também tem aliança com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se insere entre as iniciativas que fortalecem a Campanha da Fraternidade de 2025 que traz o tema Fraternidade e Ecologia Integral.
Fonte: Olma




