A Defensoria Pública da União (DPU) visitou o Centro Zanmi − projeto de apoio e acolhimento aos imigrantes haitianos residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte*, no dia 1º de abril. A visita faz parte da aproximação da DPU com entidades e movimentos representativos das populações mais vulneráreis de Belo Horizonte e região.
Durante a visita, os representantes do Centro Zanmi informaram que o número estimado de haitianos residentes na Região Metropolitana é de seis mil, e que o fluxo migratório teve início em 2010. Segundo o Centro, esse fluxo tem acontecido em ondas, e até agora foram registradas três. A primeira onda incluiu haitianos com maior nível de instrução, e de origem urbana. A segunda foi formada por grupos mais vulneráveis, com menos instrução e muitas vezes conduzidos por “coiotes”. Na terceira onda a característica é da chegada de famílias inteiras, interessadas em se estabelecer na região de Belo Horizonte.
Para o Centro Zanmi, os principais problemas enfrentados pelos haitianos estão relacionados com a dificuldade de inserção e adaptação no sistema escolar brasileiro, com a ausência de servidores capazes de compreender os haitianos nos órgãos públicos em geral, com os custos relacionados com a obtenção ou tradução de qualquer documento, com o trabalho em condições precárias ou difíceis, e com a dificuldade em habilitar a participação deles em programas como o Minha Casa Minha Vida, entre outras questões.
Durante a reunião, foi apresentado o trabalho da Defensoria Pública, tendo sido discutidas possíveis linhas de trabalho conjunto entre a DPU e o Centro Zanmi. Ambas as instituições e o Centro se reúnem novamente no final do mês de abril, para dar continuidade às discussões.
*O Centro Zanmi foi inaugurado oficialmente em novembro de 2013. O projeto é o resultado de uma parceria entre a Companhia de Jesus e as Irmãs Filhas de Jesus.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Defensoria Pública da União