Com a presença de moradores das mais diversas cidades da região metropolitana de Curitiba (PR), aconteceu a terceira edição de estudos e debates Trabalhadoras(es) do Sistema Único de Assistência Social promovido pelo CEPAT (Centro de Promoção dos Agentes de Transformação), com o apoio do Instituto Humanitas (IHU), no dia 15 de agosto.
A convidada do encontro, Solange Fernandes, doutora em Serviço Social pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e, atualmente, professora na Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, abordou o tema Sistema Único da Assistência Social: desafios frente a nova conjuntura.
Dentro desse aspecto, Fernandes fez duras críticas à gestão do presidente Michel Temer. Ela apresentou dados de progressivos cortes na Assistência Social, que em 20 anos significará uma perda de 880 bilhões de reais no orçamento. Apontou também falhas no Programa Bolsa Família, que cancelou a participação de 469 mil famílias que recebiam a transferência de renda. Em outros casos, famílias que possuíam financiamento de uma casa ou de um carro foram bloqueadas.
Para Fernandes, a Assistência Social passou a ser uma mera gestora burocrática no governo Temer, sem qualquer autonomia sobre os recursos. Sofreu ainda o recente baque com o Programa Criança Feliz, que seria, segundo a professora, um retorno ao assistencialismo. Mas ela alerta que o desmonte não está focado somente na Assistência Social, mas em diversos outros setores importantes do país, o que impacta diretamente no trabalho e na sociedade brasileira, sendo um caminho possível para a volta de altos índices de pobreza e miséria no Brasil.
Porém, Fernandes considera que a crise é uma possibilidade concreta para se buscar respostas coletivas e qualificadas. Ela reitera que é tempo de retomar o trabalho social com lideranças e despertar novos atores sociais nos territórios, priorizando o planejamento. “Precisamos continuar o nosso caminho”, propôs a professora.
Fonte: Centro de Promoção dos Agentes de Transformação – CEPAT