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Diocesano promove debate sobre a Ditadura Militar

Na foto (esq. p/ dir.), o professor Ismar Tavares, Durvalino Couto e o professor Fonseca Neto.

Debater as memórias do Golpe Militar no Brasil, que completa 50 anos em 2014, foi o que levou o Departamento de História do Diocesano a realizar, no período de 10 a 17 de outubro, o projeto Pra não dizer que não falei das dores…, título alusivo à música Pra não dizer que não falei das flores, composição de Geraldo Vandré que virou hino da resistência à ditadura implantada no Brasil em 1964.

“Precisamos nos lembrar desse fato histórico de grande relevância para o País, não apenas sob o ponto de vista da criticidade e do desenvolvimento da cidadania dos nossos alunos, como também pela possibilidade de abordagem nas provas de vestibulares às quais estarão submetidos”, disse a coordenadora do departamento, professora Patrícia Prado, que ressaltou “É lembrar para não esquecer e jamais deixar que se repita”, alertou.

Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio vislumbraram o contexto em que se deu o golpe militar na explanação do professor de História Ismar Tavares. Ele pontuou que a partir da década de 1930, com o presidente Getúlio Vargas, o Brasil entrou no ciclo da industrialização e que isso se estendeu ao governo de João Goulart e suas propostas de mudanças estruturais, como as reformas agrárias, bancária, administrativa e política. “Isso fez com que Jango fosse chamado de comunista. Não o era, mas ele foi o primeiro presidente a receber sindicatos e a atender reivindicações dos partidos de esquerda. Assim veio a perseguição implacável da imprensa e da sociedade, até que foi destituído do cargo pelo golpe militar”, contextualizou Ismar, detalhando os acontecimentos.

Em seguida, todos ouviram os depoimentos de dois teresinenses que viveram aquele momento, o músico e poeta, Durvalino Couto, e o doutor em História, professor Fonseca Neto. Durvalino descreveu o contexto cultural e dos meios de comunicação de massa. “Em Teresina não tinha TV e nem telefone. Aqui tínhamos a Rádio Difusora. Mas, o avanço tecnológico acordou as minorias do Brasil. Trabalhadores, negros e mulheres passaram a ter novos costumes, a lutar por seus direitos. Essa convulsão social não era apenas política, mas também de costumes. A intolerância não se restringia apenas às questões políticas, mas às de comportamento também”, revela Durvalino.

O professor Fonseca Neto, por sua vez, disse que o colégio Diocesano não poderia se eximir desse movimento. “Aceitamos essa convocação cidadã para dizer para essa nova geração, e às gerações futuras, que uma ditadura é o contrário do que vivemos hoje no sentido de termos liberdade para dizer certas coisas. Na ditadura não existiria uma palestra como esta, eu não poderia estar aqui falando disso. É um regime de não liberdade. Só os donos da ditadura podem falar. Isso nunca mais pode acontecer, nem aqui, nem em lugar nenhum. Pouco antes de vocês nascerem, não se votava. Hoje é natural votar, mas isso foi uma conquista do povo brasileiro. Somos um povo lutador, sim. Os estudantes brasileiros tiveram uma participação extraordinária na derrubada da ditadura. Essa história não pode se repetir e essa história tem que ser contada com todas as letras e não com meias verdades”, advertiu o professor.

Ainda fazendo parte da programação do evento, foi montada uma exposição, no hall do Memorial do colégio, com fotos históricas e recortes de jornais contando sobre os dias em que o Brasil esteve mergulhado na escuridão ditatorial. Nos dois últimos dias do evento, professores de História e alunos do Diocesano participaram de sessões de exibição e debate sobre os filmes Batismo de Sangue, Zuzu Angel e O ano que os meus pais saíram de férias nas salas de eventos do Diocesano.

 

Fonte: Colégio Diocesano

 

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