Quem presenciasse o cumprimento do reitor da Unisinos ao embaixador da Coreia do Sul na tarde de terça-feira (30/7) saberia que ali, entre as duas nações representadas, já se haviam firmado sólidas relações de parceria. Foi com a costumeira saudação cordial que, em nome da universidade, padre Marcelo Fernandes de Aquino deu as boas-vindas a Koo Bon Woo, em audiência na Sala do Conselho Universitário, campus de São Leopoldo. A autoridade do governo veio ao Vale dos Sinos acompanhada por uma delegação de executivos do país asiático, para apresentar a eles a terra pela qual nutre laços de estima e negócios.
Em seguida ao reitor, foi o diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, Marcelo Lopes, quem disse algumas palavras à comitiva. “Desde o início do atual governo, temos uma diretriz muito forte de aproximação com a Coreia do Sul, nação referência para nós em termos econômicos e tecnológicos”, pontuou ao citar o ambiente de negócios com foco em investimento que vem se fortalecendo entre as duas pátrias. O convidado apresentou os cenários nacional e regional em números, falou de vantagens competitivas, da indústria e da aplicação de capital no desenvolvimento do Brasil. A queda na taxa de desemprego, o crescimento da classe média e as perspectivas para os próximos anos foram tópicos de destaque no discurso.
Na mesma linha de acordos bilaterais com a Coreia do Sul, o diretor de Desenvolvimento e Expansão da universidade, Cristiano Richter, seguinte na posse do microfone, tratou do envolvimento acadêmico e empresarial com instituições asiáticas. Fruto dessa parceria, fundamentada na relação simétrica de confiança, é a fábrica HT Micron, cujas obras estão 82% concluídas.
Ainda sobre a integração desses três propulsores, o diretor reforçou o interesse da universidade em colaborar com o potencial do Rio Grande do Sul em ser um cluster de alta tecnologia, unindo a formação qualificada em recursos humanos e a pesquisa aplicada: “É necessária a agregação de valor tecnológico às commodities para o desenvolvimento do Estado, e quanto à parte da academia, a nossa parte, estamos cientes e assumimos responsabilidade por ela”.
Intercâmbio de conhecimentos
Em 2013, a imigração coreana comemora 50 anos no Brasil. O caminho inverso – mesmo que temporário – também tem se fortalecido entre os dois países. Prova disso é o aumento no número de estudantes brasileiros em intercâmbio no solo estrangeiro. A Unisinos, universidade com mais alunos no exterior pelo programa Ciência sem Fronteiras, já enviou 56 representantes à nação asiática para estudo e estágio. “Desde nossa primeira ida à Coreia, assumimos o desafio de lecionar em inglês. Hoje, são 11 disciplinas ministradas totalmente nesse idioma”, disse Cristiano. Os resultados dessa escolha, como as estatísticas indicam, são os próprios universitários.
Essas questões de multiculturalidade, aliás, foram o gancho para a fala da diretora da Unitec e CEO do Tecnosinos, Susana Kakuta. Ao se referir ao parque tecnológico, Susana ressaltou a chegada da parte sueca da empresa Altus, que se soma a outras 74 organizações sediadas no campus de São Leopoldo e eleva para 10 o número de países de origem no local.
Até então, o Tecnosinos é responsável por 4,5 mil empregos diretos, possui faturamento em torno de 1 bi de dólares e tem cerca de 48% dos portfólios de suas incubadas renovados a cada ano. “Não tenho dúvida nenhuma que toda a seriedade do trabalho que tivemos junto à Hana Micron e à Hyundai [relações de parceria já formalizadas com instituições sul-coreanas] demonstra que somos capazes de implementar empreendimentos grandiosos com muita dedicação”, concluiu.
Fonte: Unisinos