O VII Encontro Internacional sobre Migração e Tráfico de Pessoas na América Latina foi realizado em São Paulo (SP) e teve três dias de duração. O evento, que terminou no dia 21 de setembro, tratou de temas como “As políticas migratórias no Brasil e na América Latina: prevenção do tráfico de seres humanos” e “O papel do legislador diante do tráfico de seres humanos no Brasil e na América Latina”.
Segundo a Agência Adital, ao enfrentar a questão das políticas migratórias no Brasil, a Diretora do Instituto das Migrações e Direitos Humanos, Ir. Rosita Milesi, escalabriniana, observou que, no caso do Brasil, há um abismo entre o que é feito e o que é dito nos setores da migração e do tráfico de pessoas.
“Há uma separação entre o desejo e a eficácia. A prova disso é que o Brasil ainda não ratificou a Convenção internacional sobre a proteção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros de suas famílias, e nem mesmo atualizou a lei sobre a imigração. Estamos bem distantes de alcançar a eficácia na tutela dos direitos humanos dos migrantes. Hoje, há muito debate e, naturalmente, o debate é importante, mas precisamos de ações concretas”, destacou.
Para o Vice-Presidente do Instituto latino-americano para a Promoção e a Defesa dos Direitos Humanos (Iladh), Dimitri Sales, “é muito importante inserir a questão da migração, especialmente na América Latina, de modo que o tema tenha mais visibilidade, se consiga conhecer bem essa realidade e, assim, saber qual direção tomar no nosso trabalho a respeito”.
Sales destacou que daqui a pouco tempo o Brasil estará no centro de vários eventos mundiais, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016, portanto “é preciso estar prontos para proteger a integridade das pessoas e garantir que seus direitos não sejam violados, sobretudo devemos proteger as pessoas mais vulneráveis”.
O VII Encontro Internacional sobre Migração e Tráfico de Pessoas na América Latina reuniu cerca de 200 pessoas. Além dos participantes de Colômbia, Bolívia, Peru, El Salvador, Equador e demais países da América Latina, também houve a presença de agentes que lutam contra o tráfico de pessoas no Canadá, Estados Unidos, Itália, Camboja, e outros países da Ásia e Europa.