A temporada 2013 da Fórmula 1 está a todo vapor e equipes e fornecedores já focam suas atenções para a temporada do próximo ano, que contará com mudanças significativas na parte técnica da competição. Dentre as alterações, a mais significativa está na volta do motor turbo, banido em 1988 e que voltará com uma configuração bem diferente dos atuais propulsores aspirados. Para o retorno desses motores, as fornecedoras buscam alternativas para construir o melhor equipamento.
Uma delas, a Renault, encomendou os serviços da empresa alemã Prankl-APC Turbo System para desenvolver este projeto, cujo gerente é ex-aluno do Centro Universitário da FEI, que trabalha no automobilismo há mais de dez anos e tem experiência em diversas categorias.
Rodrigo Augusto Costa (foto) tem 33 anos, é de Sorocaba (interior de São Paulo) e, desde a adolescência, quando fez intercâmbio nos Estados Unidos, se apaixonou por montar carros e motores. Cursou Engenharia Mecânica Automobilística na FEI, em São Bernardo do Campo, onde participou do projeto Mini-Baja e foi convidado para visitar as equipes de Fórmula 1 Stewart (já extinta) e Williams, na Inglaterra, sendo o primeiro contato com a categoria.
Rumos
No começo dos anos 2000, trabalhou na Pirelli, na mesma época em que a empresa fornecia pneus para a Stock Car (a fabricante retornou em 2013, após seis temporadas fora) e na filial esportiva da Mercedes-Benz no Brasil, ajudando no trabalho que deu o título à montadora no Rali dos Sertões de 2002. Quando se formou, no final de 2002, passou a trabalhar para a BorgWarner Turbo System, que desenvolve os motores da Fórmula Truck. Rodrigo ficou 6 anos na filial brasileira neste projeto e no do Rali dos Sertões.
Entre 2002 e 2008, o sorocabano esteve sempre envolvido no campeonato de rali mais importante do país. Nos primeiros anos, foi membro da equipe de apoio, mas em 2007 recebeu o convite para ser navegador do piloto Adriano Leão, dono da própria equipe. O que foi uma ótima experiência. “Devido ao meu conhecimento técnico, só tive que aprender a navegar, coisa que nunca tinha feito antes. A minha parceria com ele deu certo e logo no nosso primeiro ano terminamos entre os dez primeiros”.
Com isso, a motivação pelo esporte a motor cresceu bastante. “Desde a BorgWarner, quanto eu comecei a ter contato direto com desenvolvimento de turbos para motores, minha paixão por automobilismo só aumentou. Eu tive ótimas experiências trabalhando na Fórmula Truck e no Rali, pois eu sempre tive bastante liberdade junto aos meus chefes para desenvolver novas tecnologias”.
Porém, em outubro de 2008, Rodrigo recebeu a oportunidade de trabalhar na matriz da empresa alemã e mudou-se para a Europa. Entretanto, ficou longe das competições com as novas funções. Até que em julho de 2012, ele recebeu um convite da Prankl-APC para o grande desafio de sua carreira. Agora é o gerente de projetos de turbo, onde a empresa tem trabalhado desde o começo de 2012 na construção do motor Renault que será usado na temporada 2014 de Fórmula 1.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul