A exposição sobre o jesuíta, matemático e astrônomo Cristóvão Clavius (foto), encontra-se na Galeria do Colégio São Luís-SP até a próxima quinta-feira, 30 de agosto. Este ano é o 4.º centenário da morte do cientista, um dos grandes responsáveis pela excelência jesuítica nas ciências. O conteúdo exibido foi elaborado pelo Prof. C. Sigismondi da Universidade de Roma em conjunto com o Pe. Paul Schweitzer, sj da PUC-RJ.
Você pode conferir o conteúdo da exposição, também através do link do colégio.
História
Clávio estudou no colégio dos jesuítas em Coimbra, entre 1556 e 1560, atraído certamente pela fama do filósofo Pedro da Fonseca. Pode admitir-se que nesses anos tenha conhecido Pedro Nunes, mas é seguro afirmar-se que nunca foi seu discípulo. Foi um dos maiores responsáveis pela difusão da obra de Pedro Nunes na Europa. Como admirador incondicional do matemático português, Clávio cita-o em várias das suas obras, sempre em termos elogiosos. Para o jesuíta alemão, Nunes foi “summo ingenio”, “geometriae scientissimus”, “nullo hac nostra aetate in Mathematicis inferior”.
Enquanto chefe de fila dos matemáticos jesuítas, a admiração de Clávio por Pedro Nunes transmitiu-se também aos discípulos do jesuíta, entrando assim nos colégios e na abundante produção científica da Companhia de Jesus.
Clávio deixou uma abundante produção matemática. Escreveu sobre um leque de temas muito amplo, em obras que foram editadas várias vezes. Enquanto matemático, redigiu, em 1574, uma versão latina dos Elementos de Euclides, que incluiu muitos elementos resultates das suas pesquisas. Esta versão ficou a ser uma versão de base para todos os matemáticos do Renascimento, como Descartes e Leibniz.
Clávio foi o autor de um livro de Álgebra (Roma, 1608), onde foram introduzidos pela primeira vez em Itália os símbolos « + » e « – ». Foi igualmente o primeiro a utilizar o ponto decimal. Clavius foi chamado o Euclides do século XVI. O seu nome foi dado à cratera Clavius, a segunda maior da face visível da Lua.