A necessidade de reconstruir o pensamento econômico tendo o cidadão comum como ator principal foi uma das ideias defendidas pelo economista e professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Gonzaga Belluzzo.
Ao lado da também economista e consultora Tania Bacelar e do presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, Belluzzo participou de uma roda de diálogos na Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) na noite do dia 9 de junho.
Assessor por 20 anos de Ulysses Guimarães –presidente da Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou e promulgou a Constituição de 1988–, o economista classificou o atual momento do Brasil como sendo “uma situação singular”. Belluzzo também fez críticas ao sistema oligárquico da mídia brasileira.
No entanto, sua fala abordou a conjuntura econômica global de prevalência da lógica do capitalismo rentista sobre o capitalismo de produção. “O consumo não consegue mais dinamizar a economia. O neoliberalismo piorou a concentração de renda e de riqueza. Quem tem a alavanca para destravar isso são os bancos e os empresários”.
O professor aponta o capitalismo rentista como uma das causas para a perda de direitos. Para ele, a eleição de Donald Trump e a oposição de parte da sociedade europeia às reformas “são os protestos de quem se sente abandonado” após perder as conquistas sociais do pós-guerra. “É impossível fazer reforma trabalhista sem garantir direitos sociais”.
O evento promovido pela CUT-PE, sindicatos dos bancários e dos trabalhadores em educação, teve apoio do Instituto Humanitas Unicap e do curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Pernambuco.
“Fico muito feliz em abrir esse espaço de diálogo e cidadania em uma hora em que precisamos muito reconstruir nossa vida democrática”, disse o reitor da Unicap, padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, ao dar as boas-vindas ao público.
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Fonte: Universidade Católica de Pernambuco (Recife/PE)