Nos dias 15 e 16 de novembro, o Centro MAGIS Amazônia realizou o Mochilaço Jovem 2024, na Casa São José, anexa à sede da Inspetoria Salesiana Nossa Senhora da Amazônia, em Manaus. Com o tema “Peregrinando com os demais no cuidado da casa comum”, o evento reuniu 26 participantes, com presença de jovens de diferentes áreas missionárias e paróquias, como a Área Missionária Santa Margarida de Cortona, Área Missionária Ternura de Deus, Paróquia São José (da Belo Horizonte), uma jovem da Fundação Fé e Alegria, mais a equipe do CMA. O evento foi estruturado em uma metodologia baseada no “Conhecer, Amar e Servir”, com atividades que proporcionaram momentos de reflexão, formação e ação prática.
O primeiro dia foi dedicado ao “conhecer”. A manhã começou com o Ofício Divino da Juventude, com o tema “Nosso Cuidado para Ser Mais com os Demais”, seguido de uma oficina conduzida pela Ir. Maria Couto, da Congregação Missionária do Santo Nome de Maria. A oficina abordou a reflexão sobre o Projeto de Vida e o Cuidado Pessoal. Durante a atividade, a juventude foi incentivada a refletir sobre seus desejos, sonhos e caminhos para o futuro, com a proposta de não se deixar influenciar por fatores externos que prejudicam na realização do seu projeto de vida, mas criar objetivos pessoais sólidos para o crescimento humano integral.
“Foi uma experiência incrível, que agregou muito, principalmente para os jovens da nossa paróquia. Trouxe um sentimento de paz e união”, disse Murilo Grijó, jovem participante da Paróquia São José. “O momento que mais me marcou foi durante a reflexão sobre o projeto de vida, que nos fez pensar bastante”, completou.
À tarde, a programação seguiu com o Papo MAGIS: Peregrinando no cuidado da Casa Comum, ele foi um momento de reflexão sobre a justiça socioambiental. Aldresson de Oliveira, da Rede de Assessores, Assessoras e Cuidantes da Juventude da Arquidiocese de Manaus, compartilhou suas reflexões sobre os documentos do Papa Francisco, como Laudato Si’ e Laudate Deum, que abordam a relação do ser humano com a natureza e a responsabilidade de cuidar da casa comum. “Quando a comunicação não chega completa ao seu destinatário, fica uma lacuna a ser preenchida. E essa lacuna é, muitas vezes, a falta de informação necessária para gerar neles a conscientização de que ecologia, meio ambiente, Amazônia e casa comum são parte de um processo integral”, afirmou Aldresson.
André Santos, do Movimento Amazônia de Pé, também participou do Papo MAGIS e falou sobre a atual crise climática e os desafios enfrentados pela Amazônia. “Foi muito gratificante poder estar naquele espaço, em contato com uma juventude que também está interessada nessa preocupação e nessa luta pelo futuro do nosso planeta”, disse.
O dia terminou com uma oficina de artesanato que abordou a Economia de Francisco e Clara, estimulando a criatividade, fortalecendo a identidade amazônica entre os jovens e proporcionando uma ação sustentável que valoriza a cultura local. O encerramento foi marcado por um Lucernário, com canções, momentos orantes e de partilhas.
No dia 16, o evento continuou com o Ofício Divino da Juventude, com o tema “Ser Mais Amazônia”, que trouxe cantos da região e uma reflexão sobre a vida na Amazônia. Após o café da manhã, os participantes seguiram para uma trilha ecológica no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com o objetivo de integrar a espiritualidade inaciana ao cuidado com a natureza.
A ocasião contou com a participação de Pe. Adriano Luís Hahn, SJ, coordenador de Projetos do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), Mercy Soares, Educadora Social e Mary Nelys, Analista Social, ambas colaboradoras do SARES. Durante a trilha, foram feitas paradas para refletir sobre a transição da área urbana para a área de floresta, utilizando a metodologia dos cinco sentidos da Espiritualidade Inaciana.
Por fim, os jovens compartilharam suas experiências e reflexões, recolhendo os frutos do Mochilaço Jovem. O evento foi encerrado com uma missa presidida por Pe. Silas Moesio Maciel da Silva, SJ, diretor do Centro MAGIS Amazônia.
Para o padre Silas Silva, SJ, “reviver a experiência do Mochilaço Jovem foi um momento marcante por ver uma juventude em busca de Deus, do sentido existencial e do compromisso socioambiental. Os frutos desse Mochilaço Jovem será colhido no dia a dia das juventude, onde poderão assumir para a vida atitudes de cuidado e compromisso socioambiental”.
O Mochilaço Jovem 2024 foi mais do que um encontro de formação; foi uma oportunidade para os jovens se conectarem com a realidade socioambiental da Amazônia, refletindo sobre o cuidado com a casa comum e seu papel na transformação socioambiental.