Em 2018, a FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia) iniciará um novo projeto: o Coral José de Anchieta. A iniciativa terá cunho pedagógico e, por isso, não será necessário conhecimento musical prévio. Os ensaios serão semanais, com duas horas de duração, e acontecerão no campus da instituição jesuíta, em Belo Horizonte (MG). As inscrições se encerram na próxima sexta-feira (23). Como o número de vagas é limitado, os inscritos participarão de um processo de seleção, sendo a primeira fase já no sábado (24).
O padre Jaldemir Vitório, professor e diretor de Assuntos Comunitários e Pastorais da FAJE, conta que o desejo de criar um coral na instituição é antigo e ganhará novo impulso agora. Segundo o jesuíta, o Coral José de Anchieta se integrará a um projeto mais amplo. “Estamos chamando essa iniciativa de FAJE CULTURAL. O objetivo é abrir nossa instituição para valores culturais e artísticos, visando, de modo especial, os moradores do Vetor Norte, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Assim como a FAJE, enquanto academia, já se consolidou ao longo de seus 36 anos de atividade, creio que a FAJE, voltada para a cultura artística, pouco a pouco, também se consolidará”, acredita padre Vitório.
“A iniciativa de criar um Coral na FAJE se insere em uma tradição plurissecular. O próprio José de Anchieta, poeta, músico e santo, foi o precursor das atividades musicais no Brasil […]”
Pe. Jaldemir Vitório
O jesuíta relembra que a Companhia de Jesus, desde os seus primórdios, sempre valorizou a música, a pintura, a poesia, o teatro e outras expressões artísticas. “A iniciativa de criar um Coral na FAJE se insere em uma tradição plurissecular. O próprio José de Anchieta, poeta, músico e santo, foi o precursor das atividades musicais no Brasil, nos idos do séc. XVI. Ao escolhê-lo para ser o patrono do nosso Coral, queremos evocar um tempo extremamente rico da vida missionária dos jesuítas no Brasil, quando a música e as artes faziam parte de suas estratégias de evangelização”, ressalta.
O regente Mauro Dell’Isola explica que o coral será aberto à comunidade, podendo participar tanto pessoas ligadas à FAJE, quanto as que não possuem vínculo com a instituição. Segundo ele, o Coral José de Anchieta terá cunho pedagógico, ou seja, na prática dos ensaios, os participantes absorverão e assimilarão a disciplina da Música. “Muitas pessoas possuem desenvoltura para o canto e podem cantar afinadas, sem nem saberem a teoria por trás desta prática. No coral, embora o repertório seja grafado em forma de notação musical de partituras, os coristas que não leem essa ‘linguagem’ serão assistidos por outras fontes, como áudios (formatos MIDI e mp3 compostos e fornecidos por mim) contendo o registro de suas vozes a serem cantadas. Assim, os participantes sem conhecimento musical prévio poderão ouvir e praticar, como quando aprendem uma canção pelo rádio, por exemplo”, conta.
Com o passar do tempo, a pessoa que participa do coral vai desenvolvendo habilidades sociais e musicais. Segundo Dell’Isola, “sociais porque cada corista é uma ‘peça’ que apoia a outra, como um castelo de cartas; cada um dos quatro naipes (baixo, tenor, contralto e soprano) é dependente do bom trabalho do outro. No coral, tanto as personalidades fortes quanto as amenas, tanto os homens quanto as mulheres, de qualquer etnia, trabalham mutuamente para que a música desejada se realize como um objetivo comum. Em relação às aptidões musicais, é natural que o corista desenvolva uma gama delas, como sua audição interna, seu senso harmônico, sua rítmica, afinação etc.”, afirma.
Para o padre Vitório, as perspectivas para o futuro do coral são animadoras. “Nosso desejo é, ao longo do ano, formar um grupo consistente e perseverante de cantores e cantoras. Se conseguirmos, até o final do ano, fazer alguma apresentação em público, já teremos dado um grande passo. 2018 será o ano de gestação do Coral José de Anchieta!”, acredita.
Para aquelas pessoas que têm vontade de participar, mas que estão com medo de se arriscar, o regente Dell’Isola deixa um recado: “Se você tiver responsabilidade, estudar e praticar diariamente o repertório a ser ensaiado e compreender que sua voz não deve ser a resultante no meio da massa sonora, mas sim um complemento timbrado com o seu naipe, você é um bom coralino. Como regente de um coral amador, tenho o cuidado de selecionar repertórios simples, porém belos e que exijam apenas o que o coro possa dar. Enfim, se você tem o desejo pulsante de criar uma bela música em comunhão com pessoas com o mesmo objetivo, venha conhecer o novíssimo Coral José de Anchieta!”.
Ficou interessado? Então, faça sua inscrição pelo telefone: (31) 3115-7013.
Mais informações no site: www.faculdadejesuita.edu.br
Foto: matthewhanzel.com