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Padre Guy Ruffier completa 50 anos de ordenação

Em 2012, no mês de dezembro, Padre Guy Jorge Ruffier, reitor do Colégio Anchieta no Rio de Janeiro, completa 50 anos de Ordenação Sacerdotal. Em entrevista Pe. Guy conta um pouco de sua história como jesuíta.

 

Onde o senhor nasceu? Como era sua vida antes de entrar na Companhia de Jesus?

Nasci no dia 30 de outubro de 1931, na Cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul. Nono filho de Georges Ruffier (Engenheiro Elétrico) e de Antoinette Parmentier Ruffier (Dona de casa). Fiz os primeiros estudos com os Irmãos Maristas, e com uma irmã minha que era professora. Como eu tinha um jardim grande, arborizado, passei uma infância saudável, com muitos amigos de esportes, bicicleta árvores, e coisas assim. A partir do antigo Ginásio fui estudar no Rio de Janeiro, no Colégio Santo Inácio, fazendo parte do Aloisianum, uma espécie de seminário menor dos simpatizantes a ser jesuítas.

 

Como começou sua história com a Companhia de Jesus?

Quando nasci, meus três irmãos já tinham saído de casa. Vim conhecê-los por cartas desde os lugares onde viviam. Certamente esta foi a sementinha da admiração por um tipo de vida consagrada a um projeto grandioso, mundial.

 

Como o senhor descobriu sua vocação?

Cada ano, o gruo de Aloisianum fazia um retiro espiritual. Foi num destes retiros, olhando a imensidão do mar de São Conrado, no Rio de Janeiro, meditando naquilo que Jesus disse a Pedro, “Segue-me e eu farei de você um pescador de homens”. Parece que me bateu no coração uma certeza de que era esse o caminho que eu iria seguir. O resto foi consequência, confirmação, orientação espiritual, discernimento.

 

Os jesuítas têm uma ligação muito forte com a educação e atualmente o senhor trabalha no Colégio Anchieta (RJ), como é trabalhar com jovens?

Na formação do jesuíta há um período de experimento para descobrir melhor onde gastar a própria vida. O meu experimento foi com os alunos internos e externos do Colégio Anchieta (curiosamente o mesmo que agora dirijo como reitor). Este tempo que durou quatro anos confirmou que meu campo seria o da educação. Fui para a Teologia, em Roma, com uma sede enorme de abastecer o coração e a mente no sentido de ser útil para a juventude brasileira.

Participei de muitos movimentos pastorais na Itália e na França, fiz curso superior de pastoral e catequese, e atravessei o Atlântico, vindo trabalhar no Rio de Janeiro, no Colégio Santo Inácio, onde fiquei por doze anos. Foi um tempo de muita riqueza humana, repressão militar, organização estudantil, retiros, encontros de todos os tipos. Quase todo final de semana tinha algum encontro assim. Depois, fui para São Paulo fazer mais ou menos a mesma coisa no Colégio São Luís, por quatro anos. Em Salvador, na Bahia, dirigi o Colégio Antônio Vieira, por oito anos, Neste tempo de Bahia descobri a beleza que é trabalhar com os pais dos alunos. Terminado estes anos baianos, voltei para Minas Gerais, para dirigir o Colégio Loyola, por seis anos, exercendo simultaneamente o cargo de reitor do colégio, e também, o cargo de executivo da ACOJE (Associação dos Colégio Jesuítas).

Depois desse período fui nomeado reitor do Colégio São Luís, onde permaneci por mais quatro anos, dos quais fui designado para ser o assistente do Pe. Provincial, no Rio de Janeiro. Por três anos estive neste cargo, até que faleceu o Diretor da Escola Técnica de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, Pe. Raul Laranjeira. O Provincial então me designou para dirigir a ETE onde permaneci por cinco anos. Após este período fui destinado para reitor do Colégio Anchieta (RJ), onde estou consagrando forças e ideais.

 

Em 2012, o senhor completa 50 anos de ordenação e 64 anos de Companhia, quais são as experiências espirituais mais marcantes durante este tempo e qual o significado de ser jesuíta?

Ter sido capaz de conviver com classes sociais tão diversas e conservar a esperança. Dom de Deus. Ser jesuíta significa pertencer a uma corporação inspirada por um carisma e organização admiráveis, sabendo que se esta fazendo a vontade de Deus, tendo sempre os olhos nos horizontes infinitos da criação.

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