O professor Selvino Assmann foi o palestrante do IHU Ideias (Instituto Humanitas Unisinos) e conduziu o debate sobre a obra “Altíssima Pobreza”, de Giorgio Agamben. O título “Altissima Povertá” não é inédito. No século XIII, o franciscano Pietro Olivi já havia escrito um livro com este nome.
Selvino chamou atenção para a abordagem dada pelo filósofo nessa obra: o conceito de forma de vida, justamente o primeiro capítulo do livro. Relacionar e distinguir forma de vida e o conceito de “vida nua”. Questionou a legitimidade prática dos processos jurídicos e econômicos da vida, modelos pelos quais somos “inevitavelmente tragados”.
“Como viver uma vida que não precise ser proprietário de algo para poder encarar como uma vida digna de ser vivida?”. Agamben insistiu na questão da economia e trouxe a figura de Francisco de Assis como exemplo de alguém que adotou outra forma de vida, abdicando de tudo o que tinha e a seguiu.
“A vida em comum, o relógio e as atividades feitas em comunidade dos religiosos são trazidas à tona. As regras de vida desses monges, organizadas e decididas todas em conjunto. Esse tipo de vida escapa do direito, da lei e da política, pois na vida monástica, valeria muito mais o aspecto moral da questão da convivência, a arte de viver, uma estética da existência. Entre os religiosos não é tão importante se o monge cumpre a lei, mas se aceita as regras de convivência”, afirmou o professor.
Fonte: IHU Online