No último sábado (27), o papa Francisco presidiu a oração das Vésperas, por ocasião dos 200 anos de restauração da Companhia de Jesus, na igreja de Jesus, (‘Chiesa del Gesù’), no centro de Roma. Um momento muito significativo para a Ordem religiosa, que celebrou em 7 de agosto seu bicentenário de restauração.
A cerimônia contou com momentos profundos e tocantes, como as palavras que o pontífice dirigiu aos seus companheiros jesuítas e a entrega do Evangelho ao padre geral, Adolfo Nicolás, simbolizando o envio em missão por tudo o mundo.
Diante do papa Francisco, a exemplo de Santo Inácio e dos primeiros companheiros, os jesuítas presentes renovaram “o empenho de continuar a servir a Igreja, colocando-se à disposição do Romano Pontífice, Vigário de Cristo na terra”.
Na homilia, Francisco fez memória da crise que a Companhia enfrentou quando sofreu fortes perseguições, que resultaram na supressão da Ordem em 1773: “a Companhia, assinalada com o nome de Jesus, viveu tempos difíceis de perseguições”.
O papa exortou os jesuítas a aprender com o exemplo dos seus antecessores. Em momentos difíceis, em vez de se lamentarem, devem manter-se fiéis ao carisma, fazendo discernimento para seguir em frente: “em tempo de confusão e tribulação, o geral Ricci fez discernimento. Não perdeu tempo a discutir ideias, nem se lamentou, mas viveu intensamente a vocação da Companhia. E com esta atitude, ele conduziu os jesuítas a fazer a experiência da morte e da ressurreição do Senhor. Depois de perderem tudo, até mesmo a sua identidade pública, não resistiram à vontade de Deus. A Companhia — e isto é belo — viveu o conflito até o fim”.
O santo padre destacou também os atuais desafios que os jesuítas são chamados a responder: “Hoje, a Companhia enfrenta com inteligência o trágico problema dos refugiados, e esforça-se com discernimento a integrar o serviço da fé e a promoção da justiça em conformidade com o Evangelho”.
Francisco concluiu fazendo memória das palavras que o seu predecessor Paulo VI dirigiu aos jesuítas na 32ª Congregação Geral; palavras que ele próprio ouviu enquanto provincial jesuíta (Roma, Março de 1975): “Onde quer que na Igreja, mesmo nos campos mais difíceis e de primeira linha, nas encruzilhadas ideológicas, nas trincheiras sociais, existiu ou existe conflito entre as prementes exigências do homem e a mensagem do Evangelho, aí estiveram e estão os jesuítas”.
Confira no site da Cúria Geral a íntegra da mensagem do papa aos jesuítas.
Fonte: pt.radiovaticana.va