Em mensagem para o Dia Mundial da Paz 2021, a ser celebrado em 1º de janeiro, Papa Francisco lembra as milhares de vítimas da pandemia do novo coronavírus e daqueles que se dedicaram ao cuidado dos doentes. O Santo Padre pede uma cultura do cuidado para se contrapor a violência e as dificuldades deste tempo de pandemia.
No texto divulgado pelo Vaticano na quinta-feira, 17 de dezembro, Francisco destaca que “o ano de 2020 ficou marcado pela grande crise sanitária da covid-19, que se transformou num fenômeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises já existentes como a climática, alimentar, econômica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incômodos”.
Após recordar daqueles que perderam seus entes queridos e os que ficaram sem emprego, por causa da atual crise, Francisco agradece especialmente “médicos, enfermeiras e enfermeiros, farmacêuticos, investigadores, voluntários, capelães e funcionários dos hospitais e centros de saúde”, que se dedicaram aos doentes com “grande cansaço e sacrifício, a ponto de alguns deles morrerem”, ele reforça que estes acontecimentos mostram a importância de cuidar “uns dos outros e da criação”.
O Papa Francisco também faz um forte apelo “aos políticos e ao setor privado para que adotem as medidas apropriadas, a fim de garantir o acesso às vacinas contra a covid-19 e às tecnologias essenciais necessárias para prestar assistência aos doentes e aos mais pobres e frágeis”.
Francisco lamenta que “em muitas regiões e comunidades já não se lembrem de uma época em que viviam em paz e segurança” e denuncia o “desperdício de recursos com armas, em particular com armas nucleares” considerando que os recursos deveriam ser utilizados para prioridades a fim de garantir a segurança das pessoas, como a promoção da paz e do desenvolvimento humano integral, a luta contra a pobreza e a satisfação das necessidades de saúde. “Que decisão corajosa seria criar um fundo global com o dinheiro usado em armas e outras despesas militares para poder derrotar definitivamente a fome e ajudar o desenvolvimento dos países mais pobres!”, defende.
O Pontífice chama a atenção também para o crescimento de várias formas de nacionalismo, racismo, xenofobia e também guerras e conflitos. “É doloroso constatar que, infelizmente, junto com numerosos testemunhos de caridade e solidariedade, várias formas de nacionalismo, racismo, xenofobia e mesmo guerras e conflitos que semeiam morte e destruição estão a ganhar novo impulso”, diz o Pontífice.
O Santo Padre aponta que a cultura do cuidado pode erradicar a cultura da indiferença, da rejeição e do confronto, que hoje costuma prevalecer. Cita os princípios sociais como bússola para nosso agir como orientação do cuidado com o outro. “Encorajo todos a se tornarem profetas e testemunhas da cultura do cuidado, para preencher tantas desigualdades sociais”, afirma.
Por fim, ele lembra que não existe paz sem a cultura do cuidado, e faz um apelo: “Não caiamos na tentação de nos desinteressarmos uns dos outros, especialmente dos mais frágeis”.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo papa Paulo VI e é celebrado no primeiro dia do ano.
Leia a íntegra da mensagem do Santo Padre para a celebração do 54º Dia Mundial da Paz: https://bit.ly/34BqDDo