“Proteger, defender e guardar bem cada pessoa e toda a criação, com grande respeito, amor e ternura” Esta foi a mensagem central da homilia do Papa Francisco na Missa de início do seu ministério petrino, na manhã desta terça-feira, dia 19 de março, na Praça de São Pedro. “Uma coincidência densa de significado”, observou o Papa, que recordou ser esse o nome do seu “venerado Predecessor”.
Durante a missa, o pontífice recebeu o anel do pescador e o pálio, símbolos da autoridade papal. Após a cerimônia, o Papa cumprimentou membros de delegações de 132 países e líderes religiosos de todo o mundo fizeram fila parafalar com o pontífice. Entre os chefes de Estado presentes no Vaticano, estava a presidente brasileira Dilma Rousseff.
Toda a homilia se concentrou no modo como São José viveu a sua missão de proteger e defender Jesus. “Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender.”
Proteger e “guardar” como José – advertiu Papa Francisco, é também “viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus”.
“Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para guardar, devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja e o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.”
Referência
Neste contexto, o Papa fez uma referência – a única – ao “início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro”, que, reconheceu, “inclui também um poder. Jesus deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata?”. “Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Só quem serve com amor é capaz de proteger.”
A concluir, Papa Francisco se referiu ainda a segunda Leitura, em que São Paulo fala de Abraão, que acreditou “com uma esperança, para além do que se podia esperar”. “Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança!”.
Fonte: News VA