Foi divulgado na quinta-feira (30/06), O Vídeo do Papa para o mês de julho. O material contempla a intenção de oração que Francisco confia a toda a Igreja por meio da Rede Mundial de Oração.
Neste mês, o Pontífice pede para rezarmos especialmente pelos idosos. O vídeo destaca que, nas últimas décadas, o número de pessoas com mais de 65 anos de idade tem crescido de forma constante.
O envelhecimento dessa população afeta particularmente os países mais desenvolvidos, onde 25% dos idosos vivem sozinhos. No vídeo, feito em colaboração com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e a Fundação Alberto Sordi, o Santo Padre se lamenta: “Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade, mas não sabemos como viver esta nova etapa da vida: para a velhice, há muitos planos de assistência, mas poucos projetos de vida. Os mais velhos têm, frequentemente, uma sensibilidade especial para o cuidado, para a reflexão e o afeto.”
Revolução da ternura
De acordo com Francisco, os idosos são ou podem se tornar mestres da ternura. “E quanto! Precisamos, neste mundo habituado à guerra, de uma verdadeira revolução da ternura.”
O diretor da Fundação Alberto Sordi, Ciro Intino, justamente observa que a sociedade está envelhecendo, mas tende a excluir e isolar os idosos, minando a sua identidade e o seu papel social, especialmente nas suas relações com as gerações mais jovens.
Segundo Ciro, há uma falta de respostas adequadas aos cuidados e necessidades existenciais das pessoas mais velhas. “Há ainda um longo caminho a percorrer em termos de políticas sociais e de saúde para os idosos, destinadas a limitar o isolamento a que demasiadas pessoas idosas estão atualmente condenadas.”
Dia Mundial dos Avós e dos Idosos
Ao falar sobre a missão dos idosos no mundo e na Igreja, o Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, o Cardeal Kevin Farrell, comenta sobre a tomada de consciência sugerida por Francisco.
Isso comporta a relevância dos idosos na vida das sociedades e das comunidades que deve ser feita “não esporadicamente, mas estruturalmente, com um cuidado pastoral ordinário”.
Para o Cardeal Kevin Farrell, não se trata de confrontar uma emergência, mas de lançar as bases para uma pastoral de longo prazo que nos envolverá durante décadas.
Assim, continua o purpurado, “além de reafirmar a importância de combater a cultura do descarte, o Papa parece também querer oferecer pontos de referência àqueles que experimentam um desconcerto por se verem com a idade avançada”.
Farrel afirma que foi por isso que Francisco quis estabelecer um Dia Mundial a ser celebrado todos os anos e marcar a época litúrgica: “dizer que a Igreja está próxima dos idosos.”
O pedido de oração pelos idosos reforça a celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos que acontece em 24 de julho, em Roma (Itália), e em todas as dioceses do mundo, como recorda o próprio Pontífice.
“Temos aqui uma grande responsabilidade para com as novas gerações. Lembremo-nos: os avós e os idosos são o pão que alimenta as nossas vidas, são a sabedoria oculta de um povo, e é por isso que devem ser celebrados, e estabeleci um dia dedicado a eles.”
Uma missão vital para os idosos
O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, padre Frédéric Fornos, SJ, ao comentar sobre a intenção de oração do Papa, recorda como é importante quando os avós ou os idosos partilham conosco a própria experiência de vida e fé, a sabedoria e esperança.
Para ele, isso se dá como Francisco recordou, na sua catequese, sobre a velhice nos últimos três meses na Audiência Geral, afirma o diretor, “o pacto entre as gerações, entre os idosos e os jovens é uma bênção para a sociedade”.
Mas, como lembra Ciro Intino, “para que essa dinâmica virtuosa se torne realidade, devem ser ativadas sinergias entre redes familiares, amigos, prestadores de cuidados e estruturas sociais públicas e privadas”.