Em 3 de janeiro, o Papa Francisco deslocou-se à igreja de Jesus, (‘Chiesa del Gesù’), no centro de Roma, local especialmente caro aos membros da Companhia de Jesus, por ser dedicado ao Santíssimo Nome de Jesus e por conservar o corpo de Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem jesuíta.
Foi ali que o Santo Padre, primeiro Papa jesuíta na história, presidiu a missa em “ação de graças” pela canonização de Pedro Fabro (1506-1546), sacerdote da Companhia de Jesus e um dos primeiros companheiros de Santo Inácio. Concelebram com o Papa Francisco o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), o cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a Diocese de Roma, e D. Yves Boivineau, bispo de Annecy (França), onde nasceu São Pedro Fabro. Participam também cerca de 350 jesuítas presentes em Roma.
Em 18 de dezembro, o Papa anunciou a sua decisão de estender a toda a Igreja Católica o culto litúrgico em honra de Pedro Fabro, através da chamada ‘canonização equipolente’, “inscrevendo-o no Catálogo dos Santos”. A decisão foi comunicada após uma audiência do Papa ao prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato.
Na homilia, partindo das Leituras proclamadas, Papa Francisco recordou aos membros da Companhia de Jesus que “cada um de nós, jesuítas” está chamado a seguir Jesus que se “esvaziou” e se “abaixou”, seguindo o “Deus que sempre nos surpreende”. “Se o Deus das surpresas não está no centro, a Companhia desorienta-se”, advertiu.
“Ser jesuíta”, explicou, “é ser pessoa de pensamento incompleto, pensamento aberto: porque pensa sempre tendo como horizonte a cada vez maior glória de Deus, que nos surpreende incessantemente”. Há que viver, pois, uma santa “inquietação”. “Que santa e bela inquietação!”, exclamou o Papa, convidando os jesuítas a interrogar-se se o seu coração continua sempre em tensão. Há que procurar sempre Deus. É esta busca que dá paz e fecundidade. “Sem inquietação somos estéreis”.
Em setembro de 2013, em entrevista às revistas dos jesuítas, Papa Francisco referia o seu apreço e admiração por Pedro Fabro, em razão da sua capacidade de “diálogo com todos, mesmo os mais afastados e os adversários; a piedade simples, talvez uma certa ingenuidade, a disponibilidade imediata, o seu atento discernimento interior, o facto de ser um homem de grandes e fortes decisões e ao mesmo tempo capaz de ser assim doce, doce”.
Fonte: Rádio Vaticana