Os jovens selecionados para o Programa Jovens Embaixadores vão participar de uma experiência de voluntariado e aprendizado nos Estados Unidos, em janeiro de 2013. Um dos jovens selecionados foi Jocélia Martins de Oliveira, de 17 anos, que foi selecionada entre um grupo de 16.500 adolescentes e jovens. Foram escolhidos apenas 37 brasileiros oriundos de escolas públicas para a experiência e Jocélia é a única de Goiás em 2013.
A conversação em língua inglesa era uma das etapas da seleção e Jocélia começou o interesse pelo estudo da língua quando participou do curso básico de Inglês na CAJU (Casa da Juventude Padre Burnier). Ela dá continuidade ao aprendizado em uma escola de línguas, onde cursa o nível intermediário. Na Casa, ela também cursou Informática e oficina de Danças e Cantigas Populares, além de ter participado do Fórum Inaciano de Jovens. Após sua aprovação, Jocélia fez questão de dar a notícia, pessoalmente, na Casa da Juventude. Confira a entrevista feita com Jocélia.
Como você conheceu o Programa Jovens Embaixadores?
Há muito tempo, quando fazia o curso de Inglês na Casa da Juventude, fiquei sabendo do programa, mas não fiz minha inscrição na época porque não tive acesso aos detalhes. Em junho deste ano, me apresentaram o programa no colégio e indicaram meu nome, pois eu já tinha um pouco de inglês, que fiz na CAJU e que continuei no SECEG [Escola de Línguas]. Fiz a seletiva inicial e, depois, a primeira prova escrita. Uma semana depois foi o teste oral, na segunda fase. Depois disso, recebi uma visita de representantes da Secretaria de Educação e a notícia de que no final de outubro seria dado o resultado final pela Embaixada dos Estados Unidos. Foram três semifinalistas em Goiás.
Como foram suas expectativas no processo?
Inicialmente, achei que nem chegaria às semifinais porque havia grande concorrência. Havia pessoas que já haviam participado das seleções e alguns que já se preparavam há mais de um ano para as provas. Em uma escola de Goiás, que já mandou representante, o jovem embaixador de um ano anterior divulgou muito por lá e houve participação em peso. Quando soube do resultado final, não acreditei. É a primeira vez que alguém não só da escola, mas de toda a região [Noroeste], vai para o programa.
O que você espera da participação no programa?
Primeiramente, conhecer a Casa Branca. E há a possibilidade, também, de conhecermos o Barack Obama e a Michelle Obama. Quero conhecer mais sobre os projetos sociais, que é um dos objetivos da nossa visita. São três semanas, vamos ficar uma semana em Washington e duas outras semanas na casa de famílias em outras cidades. Não sei muita coisa da programação por lá, mas vamos saber depois. Com a sensação de estar em outro país ainda fico ansiosa, sou um pouco tímida e não sei como será.
O processo de formação na CAJU foi útil para você?
Destaco a formação para a cidadania que está em todos os cursos. Foi muito importante, assim como a perspectiva de não ter medo de enfrentar os desafios da vida. Tive um apoio grande do Waldeir [ex-educador de Inglês da CAJU] e das Irmãs Dominicanas, da minha comunidade, que foram quem me indicaram para os cursos da CAJU. Quando fui aprovada, minha primeira vontade foi de repassar a notícia para minha família e amigos, para a comunidade da igreja e as irmãs e na Casa da Juventude. Waldeir, Edmilson e Kleber [educadores da CAJU] foram muito importantes para a minha formação e queria compartilhar esse momento com eles.
Como foi sua sensação ao saber que havia sido selecionada?
Primeiramente não acreditei. Uma amiga minha chegou com a notícia impressa e me mostrou. Não acreditei e depois gritei de alegria. Depois desse momento inicial, senti que valeu a pena tanto esforço e tanta luta. Moro longe da CAJU e da escola da Inglês e, por tantas vezes, passei por dificuldades. Nada disso foi fácil, incluindo, depois da seleção para o programa, as dificuldades para fazer o passaporte. Quando comecei o processo de seleção, uma amiga minha sempre dizia para mim “You can” [você pode], como o Barack Obama… isso me estimula.
Quais são seus sonhos?
Antes de qualquer coisa, meu principal sonho é ser piloto de avião. Fiquei muito feliz com o programa porque seria a possibilidade de viajar de avião seria emocionante. Mas, antes quero fazer outro curso devido à falta de oferta de vagas nesse curso específico em uma faculdade pública. Quero conseguir um emprego, poder ajudar minha mãe e, depois, realizar meu principal sonho.
O que você pensa que será diferente depois da participação no programa? Que recado você deixa para os outros jovens?
Ainda está um pouco vago, mas acho que o modo de participação no trabalho voluntário. Aqui no Brasil é algo raro, mas dizem que por lá é bem comum. Essa experiência que vou fazer lá vai fazer muita diferença. E meu recado é que quando se tem uma oportunidade de melhorar sua vida, é preciso agarrar. Mesmo que seja difícil, que dê vontade de desistir, é preciso seguir. Nunca desistir!
Fonte: Casa da Juventude Padre Burnier (Caju)