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Pe. Anderson Pedroso, SJ, assume a Reitoria da PUC-Rio

Pe. Anderson Antonio Pedroso, SJ, tomou posse como novo Reitor da PUC-Rio nesta quinta-feira, dia 30 de junho, em cerimônia realizada nos pilotis da Ala Kennedy, no Edifício da Amizade. Ele exercerá a nova função pelos próximos três anos. O antecessor, Pe. Josafá Carlos de Siqueira, SJ, esteve à frente da Universidade por doze anos e continuará como professor do Departamento de Biologia, do qual foi um dos idealizadores. O Grão-Chanceler da Universidade, Cardeal Dom Orani João Tempesta, O.Cist., presidiu a cerimônia.

Estiveram presentes na solenidade o Vigário Episcopal para Educação Católica da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Pe. Thiago Azevedo, o Vice Provincial dos Jesuítas do Brasil, Pe. Élcio José de Toledo, SJ, e o Chefe de Gabinete do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Achilles Emilio Zaluar Neto. Além dos convidados, toda a comunidade PUC-Rio participou da posse, como os Vice-Reitores, decanos, diretores e coordenadores de departamentos.

Mesa foi composta por Pe. Josafá, Dom Orani, Pe. Luís Corrêa Lima e Pe. Anderson (Foto: Luanna Lino)

A cerimônia de posse começou com uma apresentação do coral da Universidade, que interpretou Canção da América, de Fernando Brant e Milton Nascimento. O Arcebispo do Rio de Janeiro fez a abertura, e logo após houve a execução do Hino Nacional e o da PUC-Rio. A leitura da provisão, o ato da profissão de fé e o juramento de fidelidade ficou a cargo do novo reitor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Pe. Arnaldo Rodrigues.

Excelência, pertencimento e solidariedade

Em seu discurso de despedida, Pe. Josafá relembrou da longa trajetória como reitor da PUC-Rio, das conquistas obtidas e das adversidades que surgiram durante as mais de duas décadas de gestão. Comentou que na história da Universidade, apenas dois reitores enfrentaram um cenário de guerra:  Pe. Leonel Franca, no período da Segunda Guerra Mundial, e citou a própria administração, quando passou recentemente pela pandemia da Covid-19. Mesmo com o risco de contaminação, comentou, frequentava o campus quase todos os dias para acompanhar as novas iniciativas do ensino remoto.

Ele disse que sempre procurou acolher todos com respeito e delicadeza, e tentou compreender a pluralidade de ideias e opções de cada pessoa para, assim, preservar os princípios fundamentais da PUC-Rio. De acordo com o jesuíta, os integrantes da Igreja e da Companhia de Jesus são formados para dialogar com a diversidade de ideias, garantir abertura para os novos desafios, preservar os valores humanos e cristãos da Universidade.

– É preciso sempre respeitar outros valores que fazem parte da sociedade pluralista, em que crentes e não crentes estão unidos em torno do bem comum.

Segundo Pe. Josafá, o que diferencia a PUC-Rio de outras instituições de ensino superior são três grandes valores: a busca pela excelência, o sentimento de pertencimento institucional e a solidariedade. Ele observou que durante o período que esteve à frente da instituição, ela conquistou lugar de destaque nos principais rankings nacionais e internacionais. No entanto, assinalou, foi a cultura de pertencimento que o ajudou a enfrentar as maiores adversidades.

– Por causa da cultura do pertencimento institucional, as pessoas que trabalham, estudam ou estudaram na PUC-Rio têm apreço particular pela Universidade. Esta foi a cultura que nos ajudou durante a minha gestão a enfrentar muitos desafios políticos e conseguir doações para ampliar os nossos espaços físicos e acadêmicos.

Pe. Josafá Carlos de Siqueira, SJ (Foto: Luanna Lino)

Pe. Josafá disse que procurou dar uma maior visibilidade às questões ambientais, e trouxe para o meio acadêmico novas disciplinas voltadas para essa temática, além de melhorar as áreas verdes do campus e da criação do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA). O jesuíta também destacou duas iniciativas: a criação do projeto do Fundo Patrimonial Endowment, atitude pioneira da PUC-Rio, e o convênio com a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele ainda citou a construção dos prédios dos departamentos de Artes & Design e de Biologia, além da aquisição do prédio Matteo Ricci, onde funcionará o novo curso de Nutrição.

O jesuíta afirmou que vai continuar como professor do curso de Biologia e revelou que está envolvido na criação de um novo laboratório para o departamento. O ex-reitor também deixou algumas considerações para o seu sucessor: entender e cultivar o modo de ser da PUC-Rio, valorizar o modelo de campus único da Universidade e preservar o contato amigo e fraterno com todos os participantes da comunidade da PUC-Rio. Por último, o jesuíta apontou que é preciso sempre seguir o conselho de Santo Inácio.

– Como jesuítas seguimos o conselho do nosso pai Santo Inácio, quando ele afirma que devemos levar sempre em conta pessoas, tempos e lugares, pois assim acertaremos na busca da vontade de Deus e na missão que nos foi confiada.

Atitudes sapienciais

O presidente da mantenedora da PUC-Rio, Pe. Luís Corrêa Lima, SJ, fez a leitura do termo de posse. Já como Reitor empossado, Pe. Anderson ressaltou no seu discurso a função secular dos jesuítas e a relação estreita com a Arquidiocese. Frisou que há um modo próprio de educar na pedagogia da Companhia de Jesus, que abrange a interdisciplinaridade e o diálogo interno e externo à Universidade. O novo Reitor lembrou que a fundação da PUC-Rio foi obra do Cardeal Sebastião Leme, de Pe. Leonel Franca e do laicato católico do Rio de Janeiro, representado na figura do escritor Alceu Amoroso Lima.

— Como fronteira com a cultura e o pensamento contemporâneo, a Companhia de Jesus entende sua missão na PUC-Rio; enquanto Universidade é católica, mas enquanto comunidade é plural.

Pe. Anderson destacou os avanços tecnológicos dos últimos dois anos. Segundo ele, os novos recursos foram capazes de transformar princípios, critérios e formas de enxergar a educação. Por conta disto, o religioso acredita que as universidades vão passar por outras transformações nos próximos vinte anos. Ele vê isto como um processo natural, pois ressaltou em sua fala que as universidades nasceram em períodos de transição e são “instituições criativas” e “motor de mudança”. Ele comparou, ainda, a Universidade a uma “originalidade orquestrada”.

— Antes de um concerto, cada músico afina o instrumento com seus pares para, em seguida, integrar-se ao todo da orquestra. O mesmo se dá com os cantores. O concerto acontece na medida em que cada um se integra e se entrega. É na totalidade que será manifestada a beleza desta sinfonia. Na vida não é diferente. O esforço de cada dia é de estar afinado consigo, com os outros e com o todo. Este é o mistério da unidade que se realiza na pluralidade.

Pe. Anderson destacou o que chamou de três “atitudes sapienciais” que, segundo ele, devem nortear a condução da Universidade: sentido de comunidade; escuta profunda; e fidelidade criativa. Para o novo Reitor, uma comunidade não é apenas um grupo de pessoas nem a soma de egos, mas é antes um espaço de renúncia de si. Para cultivar este sentido, o sacerdote afirmou que vai visitar nos meses de agosto e setembro todos os departamentos e unidades complementares.

Ele acredita que, para a construção do sentido de comunidade, é preciso ouvir todos, em especial os jovens. Segundo o Reitor empossado, eles têm muito a ensinar por meio de uma criatividade genuína e potente, de um olhar voltado para o futuro e livre de preconceitos. Pe. Anderson observou que os professores precisam amar os jovens e expressar esta paixão por meio da escuta.

— É verdade que muitas vezes nos é difícil a comunicação com eles, mas se somos humildes e despretensiosos, podemos aprender sua linguagem. Estou convencido que é somente entregando protagonismo aos jovens que aqui se formam que a PUC-Rio continuará sendo uma comunidade criativa, produtora de pessoas completas, propositivas e felizes.

Reitor Pe. Anderson Antonio Pedroso, SJ (Foto: Luanna Lino)

A fim de colocar os jovens no centro da comunidade universitária, Pe. Anderson pretende realizar ações concretas que unam inovação dos estudantes com a tradição. Dentre os objetivos traçados para alcançar este fim e possibilitar uma formação acadêmica “serena, segura e entusiasta”, comentou o jesuíta, está a garantia do apoio socioeconômico aos que precisam e a manutenção do campus como um lugar de encontro sustentável e humanamente acolhedor também para pessoas com deficiências.

Representantes do corpo docente, discente e funcionários deram depoimentos sobre a administração de Pe. Josafá e saudaram o novo Reitor. Também discursaram o bispo auxiliar e professor do Departamento de Teologia Dom Antônio Luiz Catelan e o delegado para Educação Superior dos Jesuítas do Brasil e reitor da Unisinos, Pe. Sérgio Mariucci, SJ.

Para finalizar a posse, o Grão Chanceler, Dom Orani João Tempesta, relembrou do fim do padroado no Brasil. Segundo ele, há 130 anos a Igreja reorganizou toda a hierarquia eclesiástica no país, a começar pela criação da Arquidiocese do Rio de Janeiro. De acordo com o cardeal, estas transformações foram importantes para a criação das Faculdades Católicas, a gênese da PUC-Rio. Segundo o Arcebispo do Rio de Janeiro, o Cardeal Leme e Pe. Leonel Franca foram importantes para que a Igreja pudesse participar da parte acadêmica e intelectual.  Dom Orani afirmou que a Universidade, além de ter uma longa história, tem uma grande importância na sociedade brasileira e internacional. Ao fim, agradeceu ao Pe. Josafá por ter finalizado com excelência a sua missão como reitor e aconselhou Pe. Anderson conjugar tradição da Universidade com as novidades do presente.

Grão-Chanceler da PUC-Rio, Cardeal Dom Orani João Tempesta (Foto: Victória Reis)

Participaram desta cobertura: Carolina Smolentzov, Gabriel Meirelles, Giulia Matos, Luanna Lino, Maria Fernanda Firpo, Rafael Serfaty e Victória Reis.

Para conhecer mais sobre o novo Reitor, acesse o link a seguir e confira a íntegra da sua entrevista https://bit.ly/3u7kP1k.

Fonte: Jornal da PUC

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