São 89 anos de vida, 70 deles dedicados à vida religiosa na Companhia de Jesus, completos no dia 7 de junho. O padre Pedro Biondan Maione, ordenou-se em 1945, depois de enfrentar a oposição do pai, que desejava que o filho mais velho seguisse a tradição dos negócios familiares. Desde 2001, ele vive em Teresina (PI), onde desenvolve atividades no Centro Inaciano de Espiritualidade Mãe da Divina Graça (CIES), no Colégio Diocesano e, uma vez por semana, na Paróquia Cristo Rei.
Pedro nasceu em Verona, na Itália, no dia 11 de março de 1926. Seu pai era oficial do exército quando foi transferido para a cidade de Gorizia, em 1939. Foi nessa época que Pedro, aos 13 anos, com anseios de seguir a vida religiosa, conheceu os jesuítas. Enquanto, Pedro cursava Direito e estreitava sua relação com a Companhia de Jesus, seu pai comandava o exército do sul da Itália, na cidade de Nápoles.
No entanto, ao anunciar que iria ingressar na vida religiosa, aos 19 anos, o pai exigiu que retornasse a casa para ficar à frente dos negócios da família. Pedro voltou, mas ficou doente. O pai, assustado com o estado de saúde do filho, concedeu finalmente a permissão para ser padre. Assim, em 7 de junho daquele ano, Pedro ingressou na vida religiosa.
Foram dois anos de noviciado e três anos de filosofia. Depois, seguiu para a Ilha de Malta, no sul do país, por um ano. Após esse período, em 1952, foi enviado para o Japão, onde passou dois anos aprendendo o idioma, para ensinar inglês, sua segunda língua. Concluída essa etapa, voou para Irlanda, para cursar Teologia. Já ordenado, voltou à Itália e residiu em Veneza, onde fez doutorado em Línguas e Literaturas Europeias.
Padre Pedro chegou a Teresina em 6 de março de 1964. Começou dando aulas de Filosofia, História Geral para o científico – como era chamado o ensino médio – no Colégio Diocesano. Quatro anos depois, dom Avelar, arcebispo da época, criou a Paróquia de Cristo Rei e o nomeou primeiro pároco. De 1974 a 2001, se deslocou entre muitos estados: Maranhão, Pará, Espírito Santo e Bahia. Nesse período, retornou a Teresina e permaneceu na Paróquia de Cristo Rei, entre 1977 e 1985. Viajou novamente em 1985 e conseguiu voltar para o Piauí somente em 2001 para se dedicar ao CIES, fundado em 16 de agosto daquele ano.
Histórias
Nesses 70 anos de vida religiosa, padre Pedro, viajou muito. Foi à Albânia, em 1991, para ajudar na reconstrução da igreja católica no país, após 47 anos de comunismo, com outros jesuítas. Na época, o cenário no país era de destruição e miséria. As lojas estavam vazias, os campos destruídos e as fábricas enferrujadas.
Os jesuítas viveram em situação de pobreza absoluta, sem energia elétrica, camas, cobertores adequados para o frio extremo de -15 ° C. Os religiosos eram perseguidos e torturados. A fidelidade e devoção do povo à Igreja impressionou o sacerdote, quando celebrou uma missa numa cidade do interior do país. “Se tivesse que morrer e nascer novamente, mil vezes faria a mesma coisa. Estou plenamente satisfeito, nunca voltaria atrás. Se voltasse atrás seria para fazer melhor”, diz ao relembrar fatos que marcaram a sua vida.
Nestes 70 anos de vida religiosa, padre Pedro fala com carinho da amizade com dom Avelar e padre Pedro Arrupe. Tem orgulho do Centro Cultural “Amoipirá”. O centro, que conta com museu, biblioteca e arquivo histórico, foi construído por ele com a mobilização de amigos e parentes, que doaram livros, documentos e objetos que compõe o acervo.