Em 2016, o Projeto Plantale, que envolve os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Diocesano, está desenvolvendo um trabalho para a preservação do Parque Floresta Fóssil – sítio paleontológico situado às margens do rio Poti, em Teresina (PI). Na primeira visita ao local, realizada em setembro, os alunos conheceram e aprenderam sobre o parque, acompanhados pelo professor de Biologia da UESPI (Universidade Estadual do Piauí) e pesquisador, Luís Soares, e colaboradores do Colégio Diocesano.
Com uma área de, aproximadamente, 13 hectares, os exemplares da Floresta Fóssil se apresentam sob a forma de troncos permineralizados (processo pelo qual depósitos minerais formam moldes internos de organismos), do grupo das samambaias e pinheiros. O parque integra a formação geológica denominado Pedra de Fogo, datado do período Permiano (aproximadamente 250 milhões de anos) e abriga cerca de 52 fósseis ao longo das margens do rio, estando a maioria em posição de vida (na vertical ou ligeiramente inclinados). Situação semelhante a essa só é encontrada no Parque Yellowstone, localizado nos platôs vulcânicos da porção noroeste do estado de Wyomming, nos Estados Unidos.
Para a professora de Geografia, Rosângela Pacheco, o reconhecimento do local é fundamental para que as crianças entendem o estado em que se encontra o parque e porque é importante conscientizar as pessoas. A aluna Júlia Nery, que visitou pela primeira vez o parque, ficou empolgada com o que viu e quer contribuir com o projeto. “Você nunca espera encontrar um fóssil de uma planta assim e eu quero que as próximas gerações possam viver essa experiência”, afirma.
Em 1993, a Floresta Fóssil foi transformada em parque municipal e, em 2008, foi tombada pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). De acordo com o professor Luís Soares, apesar da proteção legal e do alto potencial turístico a área sofre degradação, com ocorrência do acúmulo de lixo, focos de queimada e pichações, além de não possuir infraestrutura para receber os visitantes, como guias e sinalizadores ao longo da área. “É importante discutir sobre a preservação do parque com as crianças, porque elas podem promover a conscientização no núcleo familiar e futuramente promover mudanças no local”, ressalta.
“É importante discutir sobre a preservação do parque com as crianças, porque elas podem promover a conscientização no núcleo familiar e futuramente promover mudanças no local”
Luís Soares, professor de Biologia da UESPI (Universidade Estadual do Piauí) e pesquisador
O projeto Plantale, que significa plantar com alegria, foi elaborado com o objetivo de apresentar aos estudantes questionamentos relacionados ao meio ambiente. A iniciativa é permanente e desenvolvida com este segmento para a DIOFEIRAC (Feira de Conhecimento do Colégio Diocesano). No decorrer do projeto, os alunos experimentam atividades que suscitam a reflexão e ação sobre problemáticas sociais, assumindo o cuidado com a vida como compromisso pessoal e social.
O projeto é desenvolvido desde 2011 e, nesses cinco anos, os alunos já realizaram intervenções na Comunidade Alegria (zona rural de Teresina), no Residencial Torquato Neto, no bairro Socopo (dentro da Escola Santo Afonso Rodriguez), no Residencial Jacinta Andrade e no complexo Lagoas do Norte.
Nova Floresta Fóssil
Recentemente foi encontrado um outro sítio paleontológico no município de Altos, há cerca de 19 km de Teresina. A área, estudada desde 2010 por pesquisadores, possui dimensão e quantidade de fósseis maiores do que o Parque Floresta Fóssil do Rio Poti. O estudo está em fase de mapeamento e já foram catalogados mais de 70 troncos petrificados, de espécies semelhantes aos pinheiros e araucárias, datados de aproximadamente 280 milhões de anos. A floresta caracteriza-se por apresentar uma significativa quantidade de troncos gimnospérmicos de grande porte, medindo até 1,80 m de diâmetro.
Fonte: Colégio Diocesano (Teresina/PI)