Na última terça-feira (7), o professor da Unisinos Ernesto Lavina (foto) discutiu sobre o aquecimento global a partir das mudanças climáticas ao longo da história da Terra como parte da programação do primeiro seminário que prepara o XIV Simpósio Internacional IHU – Revoluções Tecnocientíficas, Culturas, Indivíduos e Sociedades, que ocorrerá em 2014. Ernesto Lavina é geólogo e doutor em Geociências pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
O professor debateu as questões como: Existem evidências físicas de que a Terra está esquentando?; O nível de CO² está de fato aumentando?; O nível do mar está aumentando?; e A Terra está saindo da sua “normalidade/estabilidade” e entrando em nova fase? Para responder, fez um rápido retrospecto dos últimos milhões de anos do planeta, mostrando as características e os três tipos de mudanças globais.
“A Terra se encontra a 150 milhões de km do sol. Sem o efeito estufa a temperatura média seria de -18ºC. Os efeitos dos gases propiciam a vida na Terra, mas pequenas mudanças alteram muita coisa. O tempo é dinâmico”, salienta Lavina.
Ele também afirma que a cada período ou era o estado da Terra é definido pelo equilíbrio possível entre as variáveis atuantes. A “normalidade” da Terra é a eterna mudança, ela está sempre em transição para um novo estado. Aquilo que nos parece estabilidade é apenas uma decorrência da nossa existência muito curta. “O vulcanismo é a chave de tudo o que acontece na Terra. Só que, paralelamente a isso, temos a interferência humana”.
Para as perguntas do início da palestra, o geólogo responde que sim. “Não há dúvidas de que as geleiras estão derretendo. O nível do mar está subindo. Isto mostra que a Terra está esquentando”. O professor mostrou algumas imagens de paisagens com mudanças drásticas em menos de 100 anos. “A paisagem do Alaska está mudando do branco para o verde”, enfatiza.
“É possível afirmar que a Terra vai aquecer o suficiente para derreter o gelo do ártico ou estamos no limiar de um novo período glacial? Vamos para os dois extremos. Todas as vezes, nos últimos 800 mil anos, em que a temperatura média da Terra atingiu patamares como os atuais, entramos em um novo período frio, que culmina com período glacial. Como não há nada de novo acontecendo em termos tectônicos na Terra, poderíamos dizer que dentro de um período de 10 a 15 mil anos entraremos em uma nova era glacial. É um palpite, em função de que a memória da Terra tende a prevalecer”, afirmou Lavina.
Fonte: IHU Online