Professor do Col. Diocesano publica artigo científico

O professor Albino Veloso, do Diocesano, é especialista em Bioética

Albino Veloso, professor do Colégio Diocesano, em conjunto com pesquisadores que integram um núcleo de pesquisa sobre envelhecimento, publicaram o artigo Dependência funcional em idosos institucionalizados e o déficit de memória, na Revista Ibero-americana de Saúde e Envelhecimento (Riase). Ainda considerado um país jovem, o Brasil enfrenta o desafio de preparar-se para uma mudança na pirâmide etária. Diante do crescente aumento no número de idosos, pesquisas que busquem trazer contribuições ao envelhecimento saudável se fazem cada vez mais necessárias.

O trabalho do professor procura identificar os fatores associados à dependência funcional em idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILP). O estudo foi feito com 171 pessoas institucionalizadas em quatro ILPs de Teresina (PI), no período de 2011 a 2012. Os resultados apontam para a necessidade de promover ações políticas e institucionais para garantir um envelhecimento ativo e saudável. O tema é atual em todo o mundo e precisa ser discutido “com serenidade, firmeza e muita responsabilidade”, pontua Veloso.

Atualmente, 50% da população do país tem idade entre 0 e 34 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2016. Entretanto, o IBGE também aponta uma tendência de mudança nesse cenário. O aumento da expectativa de vida faz com que o instituto preveja 19 milhões de pessoas com 80 anos ou mais até 2060. Hoje, o número de idosos – pessoas acima de 60 anos – já chega a 29,6 milhões. Os dados levantam discussões sobre os cuidados necessários para garantir uma velhice saudável.

A idade avançada favorece o aparecimento de dependência funcional. “O idoso com dependência funcional é aquele que requer cuidados por parte de terceiros, em geral possui várias doenças crônicas, não possui cuidadores familiares diretos e tem limitações físicas e/ou mentais”, explica Veloso. A pesquisa destaca a necessidade de que idosos nessas condições combinem o tratamento com uso de remédios e terapias alternativas. Assim, é possível amenizar os efeitos iatrogênicos – ou seja, efeitos secundários imprevisíveis, positivos ou negativos, provocados por interações entre medicamentos diversos.

Ao mesmo tempo, várias questões contemporâneas potencializam a institucionalização de idosos com dependência funcional. A pesquisa aponta a indisponibilidade de recursos financeiros para custeio das necessidades específicas, redução no tamanho das famílias, habitações inadequadas e a crescente violência urbana e doméstica como fatores influenciadores. “Em muitos casos a institucionalização não representa uma decisão da família, mas uma situação complexa e circunstanciada”, comenta o professor.

A maior parte dos idosos institucionalizados também possuem um perfil em comum, segundo a pesquisa: são pessoas de baixa escolaridade e renda e com vínculos familiares fragilizados. Para Veloso, a informação revela que esses idosos são vítimas da exclusão. “Desse ponto de vista, as políticas públicas voltadas para a promoção da justiça social constituem um importante indicativo de solução”, afirma.

Outros sete pesquisadores de áreas correlatas ao tema participaram da produção do artigo. São eles: Marylane Veloso, Livramento Figueiredo, Telma Araújo, Benevina Teixeira, José Moita, Rafael Viana e Maria do Socorro Galvão.

 

Fonte: Colégio Diocesano (Teresina/PI)

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