No dia 18 de dezembro é comemorado o Dia Internacional do Migrante e as obras da Companhia de Jesus, membros da Rede Jesuíta com Migrantes na América Latina e Caribe (RJM-LAC), enviou uma mensagem de solidariedade e de esperança aos 214 milhões de pessoas migrantes internacionais no mundo, que vivem fora de seus países de origem, através de Rafael Moreno Villa (foto), sj, Diretor da RJM-LAC.
Uma grande parte deles enfrentam situações de vulnerabilidade, desproteção e violações de seus direitos humanos, apesar de suas valiosas contribuições às sociedades de acolhida e a seus próprios países de origem.
A data também vem ao encontro da comemoração de um ano da criação da Rede Jesuíta com Migrantes na América Latina e Caribe (RJM-LAC), que a partir de novembro de 2011 começou a operar integrando o Serviço Jesuíta aos Refugiados e o Serviço Jesuíta a migrantes, tornando-se uma única rede na América Latina e no Caribe.
Segue a mensagem oficial da Rede Jesuíta com Migrantes:
“Nas últimas décadas, o fenômeno migratório tornou-se cada vez mais complexo e numeroso. Por exemplo, o número de migrantes aumentou de 150 milhões, em 2002, para 214 milhões em 2010(2); e hoje esse fenômeno se compõe de uma diversidade de rostos: deslocados internos, refugiados e migrantes econômicos, meio ambientais e por violência de gênero.
As pessoas migrantes são um sinal dos tempos através do qual Deus nos faz um urgente chamado à hospitalidade, para acolhê-las como irmãs e irmãos, e à inclusão através de sua incorporação à sociedade na totalidade de seus direitos, sem distinção de origem étnica, status legal, condição cultural, religiosa ou econômica. É um convite a pôr em prática as palavras de São Paulo em sua Carta aos Gálatas (3,28): ´Não há judeu, nem grego; não há escravo, nem livre; não há homem, nem mulher, pois vocês são um em Cristo Jesus´.
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou que todos os seres humanos são “membros da família humana”; “nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados como estão de razão e consciência, devem comportar-se fraternalmente uns com os outros”.
Cerca de 26 milhões de mulheres e homens latino-americanos e caribenhos encontram-se fora de seus países de origem, principalmente nos Estados Unidos, na Espanha e dentro da região. A iniquidade social, a desigualdade entre países, a pobreza, a violência, as catástrofes naturais e o modelo de desenvolvimento desequilibrado e centrado na extração abusiva dos recursos naturais figuram entre as principais causas da emigração na região.
Não resta dúvida de que a adoção de soluções e respostas para erradicar as causas estruturais da emigração acima mencionadas é e será um dos temas dominantes na região. Ante essa realidade, “a atenção às necessidades dos migrantes, incluídos os refugiados, os deslocados internos e as vítimas do tráfico de pessoas é uma preferência apostólica da Companhia de Jesus”. Para impulsionar essa preferência apostólica, constituímos a Rede Jesuíta com Migrantes na América Latina e Caribe (RJM-LAC), que faz parte, em âmbito mundial, da Rede Global de Incidência Inaciana sobre Migração.
A RJM-LAC busca acompanhar de maneira eficaz, coordenada e integral as pessoas migrantes, deslocadas e refugiadas a partir de âmbitos bem diversos: pastoral, educativo, social, legal, de investigação e incidência. Integra o Serviço Jesuíta a Refugiados (SJR), o Serviço Jesuíta a Migrantes (SJM) e outros programas de Universidades, Paróquias, Colégios da Companhia de Jesus sobre migração, deslocamento e refúgio.
A RJM-LAC sustenta que toda pessoa tem direito a viver, a trabalhar e a realizar-se humanamente e em plenitude em seu lugar de origem. Porém, quando isso não é possível, tem o direito de buscar melhores condições de vida fora de seu lugar de origem, seja dentro de seu país ou atravessando alguma fronteira internacional”.