
A Rede Jesuíta de Justiça Socioambiental (RJSA) estruturou uma área permanente de mobilização de recursos, reunindo profissionais da Fundação Fé e Alegria, do Serviço Jesuíta aos Migrantes e Refugiados (SJMR) e da própria RJSA. A iniciativa busca criar um espaço colaborativo para troca de boas práticas e construção de soluções coletivas que melhorem a captação de recursos da rede.
“Essa dinâmica de estarmos mais juntos enquanto Rede, trabalhando em cooperação, está nos ajudando a dar passos concretos e alcançar resultados mais efetivos e sustentáveis”, destacou o Pe. Jean Fábio Santana, SJ, secretário para a Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil.
“Fé e Alegria e SJMR já têm experiência com canais e boas práticas para mobilização de recursos e estão compartilhando esse conhecimento para a Rede como um todo, permitindo que diferentes vivências e competências se complementem”, reforçou o secretário, comentando sobre a importância das relações institucionais, de comunicação interna e externa da RJSA.
Ferramentas integradas e posicionamento estratégico
A equipe responsável pela área, formada por Lucas do Nascimento, coordenador de desenvolvimento institucional e comunicação do Fé e Alegria, Ana Luiza Alves da Costa, analista de desenvolvimento institucional do Fé e Alegria e Phelipe de Araújo Sales, especialista em mobilização de recursos para a RJSA, está pesquisando e selecionando as melhores ferramentas e plataformas do mercado que auxiliem na captação de recursos.
No âmbito da captação junto a pessoas físicas, a RJSA planeja um posicionamento estratégico para fortalecer a mobilização de todos aqueles e aquelas que desejarem colaborar com a missão de justiça socioambiental. A estratégia também visa engajar pessoas que interagem com a Companhia de Jesus no Brasil por meio de suas diferentes frentes apostólicas organizadas em outras redes: Rede Inaciana para a Colaboração, Fé e Espiritualidade (Rede Servir), Rede Inaciana de Juventude e Vocações (Magis Brasil), Rede Jesuíta de Educação (RJE), e Rede de Paróquias, Igrejas, Santuários e Capelanias (Rede Diakonia).
“Devemos escolher palavras que as pessoas entendam e que despertem um sentimento, levem à reflexão e às doações”, disse Fabrício Nogueira, assessor de comunicação da Rede Servir, sobre as estratégias de posicionamento que a RJSA pode adotar na comunicação com o público em geral e nas campanhas inter-redes.
As emendas parlamentares também são consideradas uma opção importante para captação, além do patrocínio de empresas privadas, sempre tendo em vista os valores inacianos e a coerência cristã.
“Não queremos recursos de instituições que não sejam éticas, transparentes e verdadeiramente comprometidas com a justiça socioambiental”, destacou Jonas Jorge da Silva, coordenador do Centro de Promoção de Agentes de Transformação (Cepat).
Fundo para o Apostolado Socioambiental
Um dos principais avanços na área é a criação do Fundo para o Apostolado Socioambiental da Companhia de Jesus no Brasil. Esta iniciativa representa um compromisso institucional da Província com a promoção da justiça socioambiental a partir da sustentabilidade da própria missão.
A proposta prevê a destinação de recursos para um fundo de investimentos cujos rendimentos possibilitarão estruturar a sustentabilidade do apostolado socioambiental ao longo dos anos. A iniciativa também contará com outra fonte de recursos: a destinação de percentual das rendas líquidas de aplicações financeiras e do patrimônio imobiliário para os custos operacionais da rede.
O provincial dos jesuítas do Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, convidou todas as obras que desejarem fazer esse aporte como compromisso concreto com a segunda e quarta preferências apostólicas.
A criação e gestão responsável do Fundo expressam o entendimento de que a missão socioambiental é responsabilidade de toda a Companhia de Jesus, como já destacava a Congregação Geral 32: “A solidariedade deve marcar a vida de todos, tanto no plano pessoal como no comunitário e até institucional”.
“O Fundo tem como fundamento a Instrução para Administração e Finanças 265, que garante a criação de subfundos regidos por regulamento próprio ligados à Arca Apostólica, assegurando assim sua base institucional sólida”, explica Pe. Jerfferson Amorim de Souza, SJ, assessor de relações institucionais do SJMR que também apoia diretamente a gestão da RJSA ao lado de Tatiane Sant’Ana, coordenadora de ação social da Província BRA.
Perspectivas para 2026
A RJSA planeja implementar projetos coletivos de captação e estabelecer diretrizes para elaboração de novos projetos com horizonte em 2026.
Essas iniciativas consolidam a RJSA como uma rede cada vez mais articulada e sustentável, capaz de fortalecer suas ações em defesa da justiça socioambiental através de estratégias inovadoras e colaborativas de mobilização de recursos.
A estruturação dessa área é um passo importante na consolidação da missão jesuíta de justiça socioambiental no Brasil, garantindo maior autonomia financeira e continuidade aos projetos e ações desenvolvidos pela rede em todo o território nacional.




